São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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ANÁLISE

Comunidade internacional tem poucas opções de resposta

CHRISTIAN OLIVER
DO "FINANCIAL TIMES", EM SEUL

No complexo de guerra do presidente sul-coreano em 26 de março, funcionários do governo consideravam que a guerra era iminente.
Estavam diante do mais sangrento ataque norte-coreano desde 1987.
Mas, nos dois últimos meses, o debate em Seul se viu reduzido a discussões sobre o corte das pequenas somas em financiamento de projetos que continuam a ser destinadas à Coreia do Norte.
Embora Seul prometa "resposta inflexível" com apoio de Japão e EUA, a comunidade internacional dispõe de pouco com que assustar Kim Jong-il.
"Estamos em uma situação em que não existem boas opções políticas", diz Daniel Pinkston, especialista em assuntos norte-coreanos no International Crisis Group.
Seul está facilmente ao alcance da artilharia vizinha, o que torna impraticável uma represália militar.
A resposta poderia envolver a adoção de regras mais firmes de reação para as escaramuças intermitentes entre os dois países, o que poderia conduzir a uma escalada incontrolável do conflito.
A Coreia do Sul quer levar a Coreia do Norte ao Conselho de Segurança da ONU, mas Pyongyang já vive sob pesadas sanções devido ao seu arsenal nuclear.
A China tradicionalmente adota abordagem branda quanto à imposição dessas sanções, temendo que um colapso na Coreia do Norte gere muitos refugiados e fomente instabilidade nas Forças Armadas do vizinho, que têm um milhão de soldados.
Frustrado pela continuada intransigência chinesa, Yukio Hatoyama, premiê japonês, apelou -em vão- por uma conduta mais severa.
Seul não tem muitos recursos para aplicar pressão por conta própria -já cortou a maior parte da assistência destinada ao norte.
As doações da ONU à Coreia do Norte praticamente zeraram, já que as verbas do Programa Alimentar Mundial devem se esgotar no final do mês que vem.
E, embora Washington dê respaldo, sua maior preocupação são as ambições atômicas de Pyongyang.


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