DE BUENOS AIRES

O governo de Néstor Kirchner pediu à Justiça que anule os indultos (perdões) concedidos por Carlos Menen (1989-1999) ao ex-ditador Jorge Videla e a ex-ministros da Economia e do Interior do regime militar por supostos crimes cometidos durante a ditadura (1976-1983).
Em mais uma ofensiva da Casa Rosada no tema, a petição foi feita pela Secretaria de Direitos Humanos do governo e é uma das principais reivindicações de organizações como as Mães da Praça de Maio. O caso foi noticiado pelo jornal "Clarín".
O principal alvo da ação é o ex-ministro da Economia, Alfredo Martínez de Hoz, único dos três em liberdade. Videla e o ex-ministro do Interior, Albano Eduardo Harguindeguy, cumprem prisão domiciliar por roubo de bebês filhos de presos políticos -considerado um crime de lesa-humanidade, acima dos indultos.
O processo reaberto é o que julga os três ex-dirigentes pelo seqüestro de dois empresários entre 1976 e 1977, que foram obrigados por Martínez de Hoz a fechar um negócio de exportação. O ex-ministro ficou preso 77 dias, em 1988, mas foi solto graças ao perdão menemista.
Na cerimônia para lembrar os 30 anos do golpe, em março, Kirchner pediu a punição de Martínez de Hoz, enquanto o apartamento em que ele vive, na Recoleta, era atingido por pedras. A condenação da repressão na ditadura é uma das bandeiras do presidente Kirchner. (FLÁVIA MARREIRO)


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