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FOCO
Geórgia tira estátua de Stálin de praça em sua cidade natal
DO "INDEPENDENT", EM TBILISI
Autoridades georgianas
removeram uma estátua de
Josef Stálin da principal praça de sua cidade natal, Gori,
em uma ação secreta que reforça sua determinação de
romper laços com seu passado soviético.
A polícia isolou a praça
nas primeiras horas da manhã de ontem enquanto funcionários municipais batalharam para remover a estátua de bronze do ditador soviético, de 6 metros de altura.
Em dado momento, serras
elétricas foram usadas para
cortar laços de metal que seguravam a estátua à base.
Após três horas, uma das últimas estátuas de Stálin remanescentes no mundo foi
finalmente derrubada.
Apesar de o governo pró-Ocidente da Geórgia ver a estátua há muito como um embaraço e de mais de uma vez
ter manifestado a ideia de removê-la, a decisão final foi
completamente inesperada.
Uma câmera de segurança
que transmite on-line imagens ao vivo da praça foi coberta para a ocasião, mostrando o desejo do governo
de evitar uma confrontação.
"O povo georgiano é muito
emocional", disse Tornike
Sharashenidze, fundador do
Instituto Georgiano de Assuntos Públicos. "Alguns políticos ou partidos radicais
poderiam ter criado uma provocação. Por isso o governo
decidiu remover a estátua no
meio da noite."
A ação marca o fim de um
longo debate sobre o que fazer com a estátua, erguida
em 1952, um ano antes da
morte de Stálin. Enquanto
muitos habitantes de Gori
queriam mantê-la, intelectuais organizaram uma campanha para removê-la.
Mas Stálin não está indo
longe. A estátua será reerguida no Museu Stálin, numa
exposição dedicada ao ditador, a menos de 800 metros
da praça, onde será construído um memorial em honra
dos que morreram na guerra
com a Rússia em 2008.
A relação da Geórgia com
seu mais famoso filho vem
mudando através dos anos.
Desde a independência do
país em 1991, ele tem sido
crescentemente associado à
ocupação estrangeira.
"Sabemos que suas raízes
são georgianas, não podemos negar isso", disse Gigi
Tsereteli, vice-presidente do
Parlamento. "Também não
podemos negar as coisas terríveis que ele fez à Geórgia."
Mas pessoas na Geórgia
ainda reverenciam o homem
forte soviético, principalmente em Gori, onde moradores deixavam flores na estátua em seu aniversário.
O Partido Comunista da
Geórgia também está indignado. O ativista Giorgi Mokhigulashvili disse que a remoção da estátua foi "um crime de proporções globais".
O governo, no entanto,
disse que a remoção mostra
seu comprometimento com
valores ocidentais.
O presidente Mikhail Saakashvili afirmou que era inapropriado ter um monumento de um homem que escravizou seu próprio país. Ele disse que a decisão de levar a estátua ao Museu Stálin demonstrou "uma atitude civilizada para a história".
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