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Vaticano condena ação da polícia belga
Ao apurar casos de pedofilia que envolvem o clero local, investigadores violaram túmulos de ex-arcebispos
Policiais ainda levaram papéis e computador pessoal de arcebispo; Igreja Católica expõe "espanto e indignação"
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Igreja Católica fez duras
críticas à polícia da Bélgica
por violar os túmulos de dois
arcebispos em investigação
sobre atos de pedofilia cometidos pelo clero local.
O Vaticano convocou o
embaixador belga para manifestar o seu repúdio às
ações de busca e apreensão,
que também ocorreram na
casa e no escritório do último
arcebispo de Bruxelas.
Num comunicado, o Vaticano afirmou que todos os
abusos de menores cometidos por membros da igreja
devem ser condenados, mas
expressou "espanto em relação ao modo como a busca
ocorreu" e "indignação pela
violação dos túmulos".
Na quinta-feira, investigadores abriram os túmulos de
arcebispos na catedral de
São Romualdo em Mechelen,
ao norte de Bruxelas, procurando documentos incriminatórios, informou Jean-Marc Meilleur, porta-voz da
Promotoria de Bruxelas.
No mesmo dia, a polícia arrombou a casa e o antigo escritório do ex-arcebispo belga Godfried Danneels, levando documentos e um computador pessoal.
A polícia não informou se
Danneels era investigado por
pedofilia ou se estava atrás
de informações sobre outros
padres. O ex-arcebispo não
foi interrogado.
Segundo a Promotoria de
Bruxelas, as apreensões
ocorreram após a polícia receber denúncias.
O arcebispo atual, Andre-Joseph Leonard, condenou a
busca na catedral, dizendo
que ela era digna de "romances policialescos e do "Código
da Vinci'".
A polícia também apreendeu os registros de uma investigação independente
que apura denúncias de pedofilia que envolvem cerca
de 500 padres.
Para o Vaticano, a ação
viola o sigilo com que os casos têm de ser tratados.
Relatos de abusos contra
crianças em seminários, escolas católicas e outras instituições têm se acumulado
nos últimos meses e assombrado a Igreja Católica.
No último dia 11, o papa
Bento 16 implorou perdão às
vítimas de pedofilia e prometeu fazer todo o possível para
impedir que os abusos continuem a ocorrer. Algumas semanas antes, o papa disse
que a maior ameaça ao catolicismo vinha "do pecado
dentro da igreja".
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