São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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COLÔMBIA

Presidente eleito assume cargo no dia 7 de agosto

Uribe propõe restrição a liberdades para enfrentar guerrilha e tráfico

DA REDAÇÃO

O próximo presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que tomará posse no próximo dia 7 de agosto, proporá uma ampla reforma constitucional, que incluirá a instituição de uma lei marcial, com possíveis restrições de liberdades, para combater os grupos armados ilegais e o narcotráfico.
O anúncio foi feito ontem em Bogotá pelo futuro ministro do Interior e de Justiça, Fernando Londoño, num fórum internacional patrocinado pelo Partido Conservador, do atual presidente, Andrés Pastrana. A agremiação apoiou Uribe na eleição.
Segundo Londoño, serão propostas modificações nos estados de exceção previstos pela Constituição, para a adoção de uma lei marcial para combater a violência "como as que têm os países mais felizes e avançados da terra".
A atual Constituição limita os estados de exceção aos estados "de comoção interior" e de "emergência", que não prevêem as restrições dos estados de sítio clássicos, como a proibição de reuniões políticas ou manifestações públicas. "Temos que resgatar a norma constitucional para declarar inimigos mortais do Estado o narcotráfico, as máfias e todos os grupos violentos que destroem o país", disse Londoño.
A Colômbia enfrenta uma guerra civil que já dura quatro décadas e que vem se intensificando nos últimos anos. Somente na última década, cerca de 40 mil pessoas morreram em consequência do conflito.
Alvaro Uribe, que foi eleito pregando mão dura contra os grupos armados ilegais, propôs durante a campanha a criação de uma força de 1 milhão de cidadãos para auxiliar a força pública no combate à criminalidade.
A proposta de Uribe foi criticada por adversários e por organizações de defesa dos direitos humanos, que consideram que ela envolve os civis no conflito.
O futuro ministro do Interior e de Justiça afirmou que a proposta pretende "recuperar para os colombianos o legítimo direito de defesa". "A sociedade não pode permanecer indefesa diante de grupos armados financiados pelo narcotráfico", disse Londoño.
Segundo ele, "qualquer colombiano que sofra o terror dos sequestros ou das ameaças fará disparar todos os sinais de alarme para que se disponha das forças do Estado para controlá-lo".


Com agências internacionais

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