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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
Rice detalha zona-tampão para o Líbano
David Silverman/Associated Press
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Rice ouve o premiê Ehud Olmert em encontro em Jerusalém |
Secretária de Estado dos EUA prevê 10 mil militares egípcios e turcos, substituídos depois por forças internacionais
Condoleezza Rice participa
em Roma de conferência de
16 países para debater crise;
Israel estará ausente; todos
dizem querer o cessar-fogo
DA REDAÇÃO
Na conferência que será
aberta hoje em Roma para discutir o fim das operações de Israel em território libanês, a secretária de Estado americana,
Condoleezza Rice, deve propor
um plano em duas etapas para a
zona-tampão no sul do Líbano.
A CNN diz que o plano foi relatado anteontem por Rice ao
primeiro-ministro libanês,
Fouad Siniora, e ontem ao premiê israelense, Ehud Olmert.
Na primeira etapa, diz a
emissora, um contingente de
até 10 mil militares turcos e
egípcios ocupariam uma faixa
de 20 km. Essas forças de países muçulmanos ficariam sob o
comando da ONU ou da Otan
(aliança militar ocidental), da
qual a Turquia é membro.
Numa segunda etapa, um
contingente bem maior, de 30
mil militares, auxiliaria o Exército libanês a retomar o controle de uma área hoje em mãos do
grupo islâmico Hizbollah.
Não está claro se o segundo
contingente atuaria como força
auxiliar do Exército libanês. O
jornal francês "Le Monde" afirma que o governo do Líbano
considera a opção arriscada,
porque oporia os xiitas a militares de outras confissões, o que
geraria uma nova guerra civil.
A France Presse cita um assessor de Rice -ela desembarcou ontem à noite na capital
italiana-, para quem ela hoje
desfaria a tese de que os EUA,
para dar tempo a Israel, estavam empenhados em atrasar
um cessar-fogo.
O Egito e a Turquia não reagiram ao plano de envio de tropas ao Líbano. No Cairo, o governo anunciou um plano elaborado conjuntamente a Arábia Saudita, que prevê um cessar-fogo imediato e o envio do
Exército libanês para ocupar a
faixa de fronteira com Israel. As
forças regulares daquele país
seriam em seguir auxiliadas
por forças internacionais.
Na conferência de Roma estarão os ministros das Relações
Exteriores de 15 países, o secretário-geral da ONU, a União
Européia e o Banco Mundial. O
Líbano estará representado
por seu premiê. Ele ontem deixou Beirute num helicóptero
Bell 212 da Força Aérea Argentina. A aeronave foi requisitada
pela ONU para levá-lo até Chipre, de onde seguiu para Roma.
Ausência israelense
Israel não estará no encontro. Sua chanceler, Tzipi Livni,
no entanto, disse ao "Corriere
della Sera" esperar que do encontro saia um plano de ajuda
econômica para o Líbano.
Rice, em seu segundo dia no
Oriente Médio, obteve do governo israelense a promessa de
permitir que uma ponte aérea,
operada por aeronaves de países árabes, descarregasse ajuda
humanitária em Beirute.
A secretária de Estado reafirmou a necessidade de uma "solução durável" para a região.
Repetiu ainda a expressão "novo Oriente Médio", que pode
significar o crescimento da democracia na região, diz a BBC.
Depois de se avistar com
Ehud Olmert, o governo israelense publicou nota em que lamenta o sofrimento de civis no
Líbano e diz que seu único objetivo é neutralizar o Hizbollah.
Rice foi em seguida a Ramallah, onde se avistou com o presidente Mahmoud Abbas. Ela
afirmou que o cessar-fogo deveria ser "urgente", mas, ao
mesmo tempo, "sustentável".
Teve palavras amistosas ao
enfraquecido líder palestino.
Disse a ele que o admirava e o
aconselhou a concentrar seus
esforços na criação de um Estado independente, que conviveria ao lado de Israel.
Com agências internacionais
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