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análise
Visita impulsa duelo entre Bush e Chávez
NEWTON CARLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA
O duelo entre o governo
George W. Bush e Hugo Chávez ganha novo impulso com
a viagem do presidente venezuelano em busca de apoio
para eleger a Venezuela
membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU.
Evitar que isso aconteça
tornou-se "alta prioridade"
da política latino-americana
dos EUA. Pelas regras da
ONU, a América Latina terá
direito a uma vaga que se
abrirá no próximo ano com a
saída da Argentina.
A escolha será em outubro,
a Venezuela candidatou-se, e
o Departamento de Estado
entrou em ação, com carga
total, incluindo intervenções
diretas de Condoleezza Rice,
para impedir que Chávez arrume os votos necessários.
Mesmo que ele consiga, a
Venezuela ocupará assento
rotativo, sem direito a veto,
privilégio dos cinco permanentes, entre os quais os
EUA. Mas Washington acha
que a oposição da Venezuela
a sanções ao Irã pode se tornar um fator a mais de tensão
em meio a um "comportamento desagregador e irresponsável".
Além disso a Venezuela ficaria em condições de assumir por um mês a Presidência do CS e com isso influenciar a composição da agenda.
O resultado do duelo também dirá em que pé anda a
"estratégia de inoculação"
lançada por Rice com o objetivo de isolar Chávez na
América Latina.
Os EUA querem a Guatemala, "candidato viável", segundo Amanda Rogers-Harper, porta-voz do Departamento de Estado. O México
já declarou voto pró-Guatemala e o mesmo devem fazer
países da América Central,
Colômbia e Peru.
Embora ainda não haja definição à vista, diplomatas latino-americanos citados
anonimamente pelo "Los
Angeles Times" prevêem que
a Venezuela acabará sendo
majoritária. Pesos pesados
como Brasil e Argentina, ao
lado de Uruguai, Paraguai e
caribenhos, "tendem" a
apoiar Chávez. "Mais do que
natural", foi a observação de
Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula, "já que o Brasil
tem extensa fronteira com a
Venezuela".
Veterano analista de questões do continente, Larry
Birns, do Council of Hemispheric Affairs, de Washington, se disse convencido de
que falharão os esforços
americanos pelo bloqueio da
Venezuela e a eleição da
Guatemala.
O jornalista NEWTON CARLOS é analista de
assuntos internacionais
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