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Chávez negocia com Putin contrato militar de US$ 1 bi
Acordo prevê a compra pela Venezuela de 30 aviões Sukhoi-30 e 30 helicópteros
Departamento de Estado
dos EUA diz que aquisição
prejudica estabilidade
regional e exorta a Rússia
a reconsiderar acordo
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, chegou ontem à
Rússia para uma visita de três
dias, na qual deve assinar um
pacote de contratos para a
compra de armas e equipamentos militares do governo russo.
Os novos contratos, estimados em US$ 1 bilhão, incluem a
compra de 30 aviões de combate Sukhoi-30 e 30 helicópteros
militares.
Não é o primeiro contrato
militar multimilionário entre
os dois países. No ano passado,
em uma transação que provocou a ira dos EUA e manifestações de desacordo de vizinhos
latino-americanos, Chávez
comprou 100 mil fuzis Kalashnikov do governo russo e 40 helicópteros blindados, no valor
de US$ 174 milhões.
Calcado nos recursos da exportação de petróleo, Chávez
também fechou com a Espanha
a compra de equipamentos militares, estimada em US$ 1,3 bilhão. Em janeiro, porém, Washington interveio e negou ao
governo espanhol a licença para vender 12 aviões militares
com componentes americanos
à Venezuela.
No início do ano, Chávez afirmou que compraria armamento suficiente para armar "1 milhão de venezuelanos" para defender o país de uma suposta
invasão americana.
Estabilidade regional
Os EUA manifestaram oposição com o novo acordo. "Expressamos nossa preocupação
sobre isso ao governo da Rússia
e exortamos a que reconsidere
essa venda", disse ontem o porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey.
Segundo Casey, as compras
de armamentos "excedem a necessidade de defesa" da Venezuela e "não ajudam em termos
de estabilidade regional".
A viagem de Chávez começou
ontem por Belarus, onde o venezuelano se encontrou com o
ditador Alexander Lukashenko. Em Volgogrado (antiga Staliningrado), Chávez seguiu a
tradição cossaca e tomou vodka
em um copo colocado sobre um
sabre.
Antes do encontro com o
presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, Chávez pára
na cidade de Izhevsk, onde visita uma fábrica de Kalashnikovs
-ele negocia com o governo
russo a instalação de uma fábrica desses fuzis em território venezuelano.
Chávez e Lukashenko assinaram sete acordos em áreas
como cooperação técnico-militar, economia e energia, além
de uma declaração de parceria
estratégica. Os dois líderes acusam os EUA de querer derrubar
seus governos.
"As garras do imperialismo e
da hegemonia avançaram sobre Belarus. Nossos países devem manter as mãos sobre a faca", disse Chávez.
O premiê de Belarus, Sergei
Martynov, disse que os dois
países "concordaram em dar
apoio mútuo em todas as questões-chave em organizações internacionais", dando a entender que Belarus vai apoiar a
candidatura venezuelana a
uma vaga rotativa no Conselho
de Segurança da ONU.
Os EUA defendem que o assento seja da Guatemala (leia
texto nesta página). A Assembléia Geral da ONU definirá a
questão em votação secreta em
outubro.
Com agências internacionais
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