DA REDAÇÃO

Até 50 guerrilheiros do grupo extremista islâmico Taleban podem ter morrido ontem numa grande operação aérea e terrestre realizada por forças dos EUA e afegãs na Província de Zabul, no sudeste do Afeganistão, segundo o governo local.
"As mortes são resultado de um bombardeio pesado dos EUA e de ataques terrestres por parte de forças do governo [afegão]", disse Hamdullah Watandoost, porta-voz do governo de Zabul. "Vimos de 40 a 50 cadáveres."
Uma nota divulgada pelo QG das forças americanas na base aérea de Bagram diz que aviões F-16 e A-10 atacaram as forças inimigas numa operação de apoio a tropas afegãs e forças de operações especiais. O comunicado só confirmou a morte de 14 integrantes do Taleban ao sul da Província de Candahar.
De acordo com Juman Khan, chefe de polícia de Dai Chopan, em Zabul, aviões dos EUA bombardearam áreas montanhosas onde cerca de 600 membros do Taleban estariam refugiados.
Ele descreveu a concentração de guerrilheiros do Taleban na região como uma das maiores desde que o grupo fundamentalista foi expulso do poder no Afeganistão pelos EUA no final de 2001.
A operação aconteceu após duas semanas em que a violência no Afeganistão matou mais de cem pessoas, muitas em ataques atribuídos ao Taleban.
Os EUA possuem cerca de 12.500 soldados no Afeganistão com a missão de perseguir suspeitos de pertencer à rede terrorista Al Qaeda ou ao Taleban, a milícia extremista islâmica que governava o país até o final de 2001.
Apesar de ter conseguido derrubar o Taleban do poder, até agora os EUA não conseguiram prender o mulá Mohammad Omar, líder do Taleban, e seu aliado Osama bin Laden, chefe da Al Qaeda e responsável pelos atentados terroristas do 11 de Setembro. Ambos permanecem foragidos, apesar dos US$ 25 milhões que os EUA ofereceram por informações que permitam localizá-los.
Nas últimas semanas, crescem as informações de que o Taleban estaria atuando em grupos maiores e estaria aumentando seus ataques contra forças do governo, funcionários do governo e de agências de ajuda humanitária.
Porta-vozes do Taleban dizem que o grupo está conduzindo uma guerra santa contra as forças estrangeiras presentes no país e que considera funcionários do governo e de agências de ajuda como alvos legítimos.
Um dos porta-vozes do Taleban, Mohammed Hanif, confirmou a operação contra o grupo, mas disse que os guerrilheiros conseguiram escapar pelas montanhas e que os aviões fizeram apenas vítimas civis.
Ainda ontem os norte-americanos anunciaram que, nos últimos dias, foram presas cerca de cem pessoas, suspeitas de vínculos com o grupo extremista afegão.
Participaram da varredura, na Província de Paktia, cerca de 600 soldados, a maior parte deles norte-americanos, disse Kah Sayed, porta-voz da polícia local.