São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004

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AMÉRICA LATINA

Prisão de Raúl Castells deflagra protestos

Principal líder dos piqueteiros radicais é detido na Argentina

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

O líder de um dos mais radicais grupos de piqueteiros da Argentina, Raúl Castells, foi preso ontem na Província de Santa Fé. O pedido de prisão havia sido emitido na Província do Chaco, onde recentemente Castells e seu grupo ocuparam um cassino por várias horas. Os piqueteiros só deixaram a casa de apostas quando os donos lhes deram 11 mil pesos (R$ 10.875). Os donos do cassino processaram Castells por extorsão.
A prisão provocou um onda de piquetes em Buenos Aires. Os protestos bloquearam nove ruas na capital, e um grupo resolveu acampar em frente à Casa Rosada, sede do governo. Os movimentos solidários a Castells preparam um protesto para a semana que vem, em defesa do líder.
Há vários grupos piqueteiros na Argentina, dos quais sete são mais conhecidos por promover mais protestos. Dois deles são simpáticos ao governo, os piqueteiros brandos. A linha mais radical, da qual Castells faz parte, reúne cinco movimentos. Segundo a polícia, no primeiro semestre houve 530 piquetes em Buenos Aires, o dobro dos realizados no mesmo período de 2003.
Um levantamento da especialista em opinião pública Graciela Römer mostra que os moradores de Buenos Aires estão perdendo a simpatia pelos protestos.
De acordo ela, em setembro do ano passado 56% dos moradores viam os protestos como um movimento legítimo. Essa fatia caiu para 33% em julho deste ano.
Por outro lado, aumentou de 35% para 62% os que encaram os piqueteiros como grupos manipulados por grupos políticos.


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