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AMÉRICA LATINA
Prisão de Raúl Castells deflagra protestos
Principal líder dos piqueteiros radicais é detido na Argentina
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
O líder de um dos mais radicais
grupos de piqueteiros da Argentina, Raúl Castells, foi preso ontem
na Província de Santa Fé. O pedido de prisão havia sido emitido na
Província do Chaco, onde recentemente Castells e seu grupo ocuparam um cassino por várias horas. Os piqueteiros só deixaram a
casa de apostas quando os donos
lhes deram 11 mil pesos (R$
10.875). Os donos do cassino processaram Castells por extorsão.
A prisão provocou um onda de
piquetes em Buenos Aires. Os
protestos bloquearam nove ruas
na capital, e um grupo resolveu
acampar em frente à Casa Rosada, sede do governo. Os movimentos solidários a Castells preparam um protesto para a semana que vem, em defesa do líder.
Há vários grupos piqueteiros na
Argentina, dos quais sete são mais
conhecidos por promover mais
protestos. Dois deles são simpáticos ao governo, os piqueteiros
brandos. A linha mais radical, da
qual Castells faz parte, reúne cinco movimentos. Segundo a polícia, no primeiro semestre houve
530 piquetes em Buenos Aires, o
dobro dos realizados no mesmo
período de 2003.
Um levantamento da especialista em opinião pública Graciela
Römer mostra que os moradores
de Buenos Aires estão perdendo a
simpatia pelos protestos.
De acordo ela, em setembro do
ano passado 56% dos moradores
viam os protestos como um movimento legítimo. Essa fatia caiu
para 33% em julho deste ano.
Por outro lado, aumentou de
35% para 62% os que encaram os
piqueteiros como grupos manipulados por grupos políticos.
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