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União Européia promete força de 7.000 ao Líbano
Depois de muita hesitação, Itália e França vão mandar 5.000 soldados; ambos os países comandarão força de paz
Contingente equivale à quase metade das tropas que a ONU quer enviar ao sul do Líbano para garantir
o cessar-fogo com Israel
DANIEL DOMBEY
DELPHINE STRAUSS
DO FINANCIAL TIMES
A União Européia chegou finalmente a um acordo ontem
para enviar cerca de 7.000 soldados para formar a nova força
de paz da ONU no Líbano. E resolveu o impasse de quem lideraria a nova força.
Itália e França confirmaram
o envio de 3.000 e 2.000 soldados, respectivamente. A Espanha contribuirá com 1.000 e a
Polônia com 500 -mesmo número do contingente de Finlândia, Suécia e Noruega juntas. A força será liderada pela
França até fevereiro, quando a
Itália assumirá o comando.
Embora o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, tenha elogiado a UE por prover a espinha
dorsal da força, suas fileiras
ainda não foram preenchidas
por completo. Tampouco estão
claras as chances de sucesso da
missão no sul do Líbano.
"A conferência foi um sucesso", disse Annan, após o encontro de emergência em Bruxelas
com os chanceleres dos países
da UE. "Mais da metade da força foi garantida hoje."
O chanceler francês, Philippe
Douste-Blazy, disse que os problemas que cercavam a nova
força já foram resolvidos, principalmente no que toca à organização, pela qual o comando
responderá a um general italiano que ficará na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Douste-Blazy disse que assim
as diretrizes da força serão passadas com muito mais rapidez.
Chegada rápida
Annan acrescentou que a primeira leva -de 3.000 a 4.000
soldados- deve chegar nos
próximos dias ou em uma semana. E afirmou que o objetivo
de se chegar a 15 mil homens
será alcançado.
Cerca de 2.000 soldados já
estão no Líbano pela Unifil, a
atual força de monitoramento
da ONU, que está no país desde
1978.
Em uma coletiva de imprensa com a chanceler (premiê)
alemã, Angela Merkel, o presidente francês Jacques Chirac
afirmou que 15 mil homens "é
um número excessivo", acrescentando que não consegue
imaginar os 15 mil soldados do
Exército libanês que estão sendo enviados ao sul mais outros
15 mil da Unifil em uma área
tão pequena "sem trombarem
uns nos outros".
Ameaça
Annan disse ainda que gostaria que a Turquia participasse
da missão. Ele enfatizou o compromisso de Indonésia, Malásia e Bangladesh em participar,
ainda que Israel tenha feito objeções aos três países muçulmanos, com os quais não mantém relações diplomáticas.
O próximo obstáculo para a
força é a ameaça da Síria de fechar sua fronteira com o Líbano se as tropas da ONU forem
colocadas ao longo da linha entre os dois países.
Israel diz que a presença da
ONU na área é necessária para
evitar que armas vindas do Irã
possam chegar às mãos do grupo Hizbollah, contra o qual travou 34 dias de combates. Mas
Annan disse que a ONU só posicionaria as tropas ao longo da
fronteira a pedido do Líbano.
Segundo as diretrizes da operação que circularam na semana passada, a força irá monitorar o fim das hostilidades e
acompanhar o Exército libanês
no sul do país.
A missão também "assegura
o acesso humanitário e assistência ao governo libanês,
quando este solicitar, para proteger a fronteira e evitar a entrada de armas e equipamentos
bélicos".
Por fim, também tem como
tarefa garantir que a área não
seja usada para "atividades
hostis de qualquer tipo". No
rascunho inicial, os soldados
podem "atirar para matar" em
defesa própria ou de civis.
Com agências internacionais
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