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EUA pedem que Argentina não passe tecnologia
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Os EUA disseram ontem
apoiar a decisão do governo
argentino de seguir com seu
programa nuclear localmente, mas, ao mesmo tempo,
enviaram um recado sutil ao
presidente Néstor Kirchner:
afirmaram esperar que a Argentina não repasse a tecnologia do enriquecimento de
urânio a outros países.
Na Argentina, a declaração
foi entendida como uma referência à Venezuela do presidente Hugo Chávez, com
quem o país estreita suas relações também na área nuclear. Em 2005, Chávez chegou a manifestar o interesse
em comprar um reator de
baixa potência argentino.
"Esperamos que, ao aprofundar seu programa civil de
energia nuclear, a Argentina
se certifique de que suas
ações correspondam aos sólidos compromissos de não-proliferação que tem demonstrado até agora", afirma nota divulgada ontem pela embaixada norte-americana em Buenos Aires.
O governo argentino respondeu: "Os EUA podem ficar tranqüilos. A posição original e a vocação política da
Argentina sempre foram respeitar os princípios da não-proliferação", de acordo com
a declaração divulgada pela
Chancelaria.
Na última quarta-feira, a
Argentina anunciou um plano nuclear para os próximos
oito anos, com investimentos de cerca de US$ 3,5 bilhões para colocar duas novas usinas nucleares em funcionamento e reativar uma
antiga indústria para retomar o processo de enriquecimento de urânio interrompido na década de 80.
A Argentina é um dos dez
países do mundo que, de
acordo com os EUA, dominam completamente a tecnologia de enriquecer urânio, com uma indústria instalada, e não quer perder esta
condição. "A Argentina é um
forte aliado internacional em
temas de não-proliferação e
um sócio cooperador na perseguição do uso pacífico", diz
a nota americana.
Chávez
Ontem, na China, Hugo
Chávez criticou Washington
pela oposição à candidatura
da Venezuela a uma vaga
temporária no Conselho de
Segurança da ONU e condenou os ataques de Israel no
território libanês, comparando-os a ações do nazista
Adolf Hitler.
"Israel está fazendo hoje o
mesmo que Hitler fez", afirmou. "Manifesto minha solidariedade ao povo árabe."
O presidente venezuelano
disse ainda que deseja fortalecer os laços com a China,
que endossou a candidatura
da Venezuela para o CS. Os
EUA apóiam a Guatemala.
Anteontem, Chávez assinou um acordo que amplia a
venda de petróleo venezuelano ao país asiático em quase três vezes.
Com agências internacionais
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