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Cidade une mesquita e
McDonald's
DO ENVIADO A MICHIGAN
Assim que desembarcaram no aeroporto de Detroit, os seis refugiados
iraquianos sabiam o que
tinham de fazer: os cinco
cristãos iriam para um dos
subúrbios ao norte da capital, como Sterling
Heights, Farmington Hills
e outros; o muçulmano
iria para Dearborn, ao sul.
Cidade natal de Henry
Ford, o fundador da montadora e inventor do primeiro carro popular da
história, Dearborn é considerada a "capital árabe
dos EUA". Numericamente há mais árabes em outras regiões, como Nova
York; em termos de porcentagem da população,
não. Dos 100 mil habitantes, 30% são muçulmanos,
tanto xiitas como sunitas.
Mesmo que ignore as cifras, o visitante saberá na
hora. Na porta da cidade
fica a maior mesquita dos
EUA, com dois minaretes
e três domos, verde e dourada. Talvez seja o único
lugar em que o americano
sai do McDonald's e ouve o
muezim chamando para o
magreb, uma das cinco
orações muçulmanas do
dia, a do crepúsculo.
Na parte residencial, vidros das salas são enfeitados com "Happy ramadan!", referência ao feriado islâmico, ao lado de
bandeiras americanas. Na
Warren, principal rua comercial, um fast food avisa
que os hambúrgueres são
"halal", preparados sob as
regras muçulmanas.
Uma placa no estacionamento da segunda mesquita (mais antiga; a nova
custou US$ 13 milhões)
avisa: "Vaga exclusiva do
imã". Mulheres de burca
levam os filhos ao Centro
de Aprendizado Islâmico.
Que fica a passos de um
cartaz das Forças Armadas dos EUA que oferece
"salários de até US$ 186,5
mil por ano" (R$ 31 mil por
mês) para quem quiser ser
tradutor e intérprete de
árabe para "a operação do
Exército no Iraque".
O outdoor fica em frente
a uma funerária. Que avisa: "Enviamos caixões para o Oriente Médio". "As
brigas não viajam até
aqui", diz Joseph Kassab.
(SD)
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