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Motlanthe é o presidente da África do Sul
Em mandato-tampão, ele mantém o ministro da Economia e afasta a responsável pelo combate à Aids
DA REDAÇÃO
Kgalema Motlanthe, 59, ex-guerrilheiro, ex-prisioneiro político e líder sindical, foi eleito
ontem para o mandato-tampão
de presidente da África do Sul
em substituição a Thabo Mbeki, levado a renunciar no sábado pela direção de seu partido,
o CNA (Congresso Nacional
Africano).
Motlanthe obteve 269 votos
contra 50, dados a Joe Seremane, da Aliança Democrática, um
dos partidos da oposição.
O presidente interino, que é
também vice-presidente do
CNA, governará ao menos até
abril, quando, com as eleições
legislativas, um novo colégio
eleitoral de deputados e senadores escolherá o quarto presidente do país após o fim, há 14
anos, do regime do apartheid.
O CNA já designou como
candidato Jacob Zuma, presidente da sigla e desafeto de
Mbeki, cuja operação de afastamento comandou. Acusações
de corrupção contra ele foram
recentemente anuladas devido
a um problema de procedimento, mas podem ser reativadas
caso a Promotoria recorra.
Motlanthe, em seu primeiro
discurso como presidente, disse que continuaria a trabalhar
com a meta de erradicar a pobreza e o desemprego em 2014.
Afirmou também que manteria
a política econômica de seu antecessor, responsável pela ortodoxia fiscal e, na última década,
por taxas anuais de crescimento superiores a 5%.
Trevor Manuel, ministro das
Finanças do governo anterior
que havia se demitido em solidariedade a Mbeki, aceitou ser
reconduzido ao cargo, o que
tranqüilizou o mercado e provocou uma alta da moeda local.
O novo presidente afastou a
controvertida ministra da Saúde, Manto Tshabalala-Msimang, que desprestigiava os
medicamentos anti-retrovirais
para o combate à Aids -o país
registra uma das maiores incidências- e pregava terapias
naturais, à base de raízes de beterraba, alho, limão e azeite. Ela
permanece no governo, mas
como ministra sem pasta, ligada à Presidência.
Na eleição de ontem -os presidentes são sempre eleitos pelo Parlamento-, 41 congressistas anularam seus votos. Foram provavelmente os partidários mais exaltados de Mbeki, o
que demonstra a persistência
de divisão no partido oficial.
O jornal "The Sowetan" disse
que líderes regionais do CNA
discutem deixar o partido para
formar uma nova sigla. Segundo informante ouvido pelo "Financial Times", de Londres, essa possibilidade "é bem séria".
Com agências internacionais
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