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Obama sofre defecções na equipe antes das eleições
Saídas somam tensão a pleito ao Congresso
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
A pouco mais de um mês
de eleições ao Congresso nas
quais seu partido deverá sofrer fortes perdas, o presidente dos EUA, Barack Obama,
se vê obrigado a encarar o
desmonte de parte importante da equipe da Casa Branca.
Desde julho, Obama perdeu dois dos principais conselheiros econômicos, Larry
Summers e Christina Romer;
o diretor de Orçamento, Peter
Orzsag; o "czar" para indústria automotiva; um secretário-assistente do Tesouro; e
está prestes a dizer adeus a
um ministro chave, o chefe
de gabinete Rahm Emanuel.
O momento doméstico delicado -a desaprovação a
Obama ultrapassa 50% em
pesquisas- adiciona tensão
às defecções, e analistas especulam sobre o impacto no
governo e nas eleições.
Para Alexander Keyssar,
professor de governo da Universidade Harvard, "as saídas dizem algo sobre a confiança das pessoas em que
Obama terá um governo bem
sucedido". "Os funcionários
tendem a ficar mais tempo
em equipes que consideram
vencedoras", disse à Folha.
Keyssar não crê, porém,
em impacto eleitoral direto.
Michael McDonald, analista do instituto Brookings,
concorda. "O eleitorado não
está prestando atenção nos
nomes da equipe, e sim nas
decisões macroeconômicas.
O que importa é se o desemprego vai cair ou não", disse.
Pelo mesmo motivo, eles
não creem que a oposição republicana montará campanha baseada nas mudanças.
Deverão se concentrar em
reverter a reforma do sistema
de saúde e propagar cortes
de impostos, itens de um recente manifesto ao país com
propostas para as eleições.
E, para muitos, a abertura
de postos dará a Obama a
oportunidade de reformular
um time desgastado antes de
lidar com o Congresso que virá em 2011, provavelmente
sem maioria democrata.
Mas a saída de Emanuel
será fortemente sentida. "O
chefe de gabinete é uma posição muito poderosa. O acesso das pessoas à Casa Branca
muda", afirmou McDonald.
Emanuel manifestou interesse em concorrer à Prefeitura de Chicago, e espera-se
que saia no próximo mês.
David Axelrod, assessor de
Obama e um dos arquitetos
de sua vitória em 2008, é outro cotado para sair. Já existe
até suposto substituto: David
Plouffe, ex-coordenador da
campanha à Presidência.
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