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Para Cristina, jornais na Argentina são "carcarás"
Diários explorariam assassinato de ativista
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
A presidente argentina,
Cristina Kirchner, chamou os
jornais "Clarín" e "La Nación" de "carcarás midiáticos" e acusou-os de uso político da morte do militante esquerdista Mariano Ferreyra.
As declarações, pelo Twitter, vieram depois de os veículos publicarem fotos em
que ministros aparecem ao
lado de um homem suspeito
de ter matado Ferreyra, 23.
O militante foi morto a tiros, na semana passada, durante um protesto trabalhista
de ferroviários terceirizados,
reprimido violentamente por
um grupo supostamente vinculado ao sindicato do setor.
Além de causar comoção
popular, o caso gerou uma
forte pressão política em torno do governo, que foi acusado de tolerar a violência sindical em troca de apoio dos
dirigentes.
A presidente usou o termo
"caranchos" -como o carcará é chamado na Argentina-
e logo explicou que se trata
de um "pássaro associado à
morte, que também come
carne podre".
As fotos publicadas mostram o ministro da Economia, Amado Boudou, e o da
Educação, Alberto Sileoni,
com Cristian Favale, que se
entregou anteontem à polícia
depois de ter prisão decretada por supostamente ter atirado contra o militante.
Conforme Cristina, as fotos são "ocasionais" e foram
tiradas em um encontro aberto ao público realizado rotineiramente na Casa Rosada.
OEA
A Bolívia participou ontem
de uma audiência da Organização dos Estados Americanos sobre sua polêmica lei
que proíbe a publicação de
notícias "racistas".
A imprensa local teme que
a lei sirva de pretexto para o
governo praticar censura.
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