São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Sob clima pessimista, Europa busca saída

Líderes reúnem-se hoje, mas cancelamento de um encontro de ministros indica falta de consenso para um pacote

Berlusconi chega a acordo com aliados e deve apresentar hoje plano para reforma da Previdência italiana

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A expectativa otimista do mercado com as medidas a serem anunciadas pelos líderes da União Europeia contra a crise na região se dissipou ontem.
O cancelamento da reunião de ministros das Finanças marcada para hoje indicou que os países ainda não tinham conseguido resolver suas divergências acerca das ações necessárias para acabar com a crise da dívida e de confiança no bloco.
A reunião de ministros precederia em algumas horas a cúpula de chefes de Estado da União Europeia, também hoje, em Bruxelas. Como o encontro de líderes foi mantido, não está descartado que algumas medidas sejam anunciadas.
Mas ontem o mercado apostava que o plano pode demorar algumas semanas para ser concluído.
As Bolsas europeias, que abriram em alta, fecharam em queda conforme o pessimismo foi se instalando. Em Paris, o recuo foi de 1,43%. Em Londres, de 0,41%.
O resultado se refletiu também em Nova York, que fechou em queda de 1,74% (índice Dow Jones), e em São Paulo, que perdeu 1,07%.
Os três principais temas que deveriam ser definidos nessa cúpula são o novo resgate da Grécia, a recapitalização dos bancos e o aumento de recursos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira para futuras ajudas a países em crise.
França e Alemanha -as duas maiores economias do bloco e mais influentes vozes na cúpula- divergem sobre vários pontos, principalmente a participação do Banco Central Europeu no socorro a governos com problemas.
Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou um esboço do comunicado conjunto que seria emitido ao final da cúpula.
Ela se opôs ao trecho que pedia ao BCE para seguir com as compras de títulos da dívida dos governos em situação mais frágil.
"Esse trecho não tem o nosso apoio", afirmou Merkel, explicando que a Alemanha não quer uma declaração política que diga ao BCE o que fazer. O país é defensor da independência dos BCs.
Desde 4 de agosto, o BCE retomou o plano de compras desses títulos, o que ajudou a reduzir as taxas de juros pagas pelos governos.

ITÁLIA
Depois de correr o risco de ver desfeita a sua coalizão por causa de novas medidas de austeridade, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, conseguiu fechar um acordo com a Liga Norte, seu sócio no governo.
Com isso, Berlusconi deve apresentar hoje em Bruxelas um novo pacote de medidas para controlar as contas da Previdência de seu país.
A Itália é criticada por ter a segunda maior dívida do bloco (121% do PIB).


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