São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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Aliado atende em parte a cobrança dos EUA

Congelamento total é exigido pelo governo Obama; ato de ontem fica aquém do esperado, mas reduz fôlego de pressão

Secretária de Estado elogia ação israelense e reafirma compromisso americano com solução de dois Estados para conflito com palestinos


JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, elogiou ontem a decisão de Israel de congelar parcialmente os assentamentos na Cisjordânia para estimular a retomada do processo de paz no Oriente Médio. Logo após o anúncio feito pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, Hillary afirmou que a decisão encoraja a resolução do conflito entre Israel e palestinos.
"Acreditamos que, por meio de negociações de boa-fé, as partes podem concordar mutuamente com um resultado que ponha fim ao conflito e leve ao objetivo dos palestinos de um Estado independente e viável baseado nas diretrizes de 1967, com trocas combinadas, e ao objetivo de Israel de um Estado judaico com segurança e fronteiras reconhecidas", disse.
Hillary afirmou ainda que o compromisso dos EUA com uma solução de dois Estados com convívio em paz e segurança é inabalável.
O anúncio de Netanyahu deve reduzir o fôlego das cobranças feitas pelos EUA -o presidente Barack Obama vinha pressionando Israel a congelar os assentamentos totalmente.
O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, disse que a decisão de Israel pode marcar um novo passo em direção ao processo de paz. Ele lembrou, no entanto, que o congelamento ficou aquém das reivindicações palestinas, já que a medida não inclui Jerusalém e projetos em andamento.
"Não chega a ser um congelamento total, mas é mais do que qualquer governo israelense já fez antes e pode ajudar no movimento em direção a um acordo entre as partes", disse.
Mitchell afirmou ainda que nada nesse sentido ocorreu durante o governo de George W. Bush (2001-2009). Ele pretende retornar à região no futuro próximo para retomar os esforços para que israelenses e palestinos voltem à mesa de negociação. Ele destacou que a decisão anunciada por Israel foi unilateral e não foi resultado de conversas com os EUA ou com os palestinos.
"Como o presidente Obama disse muitas vezes, nós acreditamos que neste conflito uma solução de dois Estados é a melhor forma de cumprir o objetivo de israelenses e palestinos de viver em paz e segurança", disse. E acrescentou: "É também interesse de segurança nacional dos EUA. Isto é urgentemente necessário".
Mitchell ressaltou que a situação em Jerusalém deve ser resolvida pelas partes por meio da negociação. Ele criticou a medida adotada por Israel de despejar de suas casas palestinos em Jerusalém e demolir as estruturas. "Os EUA não aceitam e discordam de qualquer ação unilateral por qualquer uma das partes que possa ter o efeito de esvaziar as negociações", disse.


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