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Aliado atende em parte a cobrança dos EUA
Congelamento total é exigido pelo governo Obama; ato de ontem fica aquém do esperado, mas reduz fôlego de pressão
Secretária de Estado elogia ação israelense e reafirma compromisso americano com solução de dois Estados
para conflito com palestinos
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A secretária de Estado dos
EUA, Hillary Clinton, elogiou
ontem a decisão de Israel de
congelar parcialmente os assentamentos na Cisjordânia
para estimular a retomada do
processo de paz no Oriente Médio. Logo após o anúncio feito
pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, Hillary afirmou que a decisão encoraja a
resolução do conflito entre Israel e palestinos.
"Acreditamos que, por meio
de negociações de boa-fé, as
partes podem concordar mutuamente com um resultado
que ponha fim ao conflito e leve
ao objetivo dos palestinos de
um Estado independente e viável baseado nas diretrizes de
1967, com trocas combinadas, e
ao objetivo de Israel de um Estado judaico com segurança e
fronteiras reconhecidas", disse.
Hillary afirmou ainda que o
compromisso dos EUA com
uma solução de dois Estados
com convívio em paz e segurança é inabalável.
O anúncio de Netanyahu deve reduzir o fôlego das cobranças feitas pelos EUA -o presidente Barack Obama vinha
pressionando Israel a congelar
os assentamentos totalmente.
O enviado especial dos EUA
para o Oriente Médio, George
Mitchell, disse que a decisão de
Israel pode marcar um novo
passo em direção ao processo
de paz. Ele lembrou, no entanto, que o congelamento ficou
aquém das reivindicações palestinas, já que a medida não inclui Jerusalém e projetos em
andamento.
"Não chega a ser um congelamento total, mas é mais do que
qualquer governo israelense já
fez antes e pode ajudar no movimento em direção a um acordo entre as partes", disse.
Mitchell afirmou ainda que
nada nesse sentido ocorreu durante o governo de George W.
Bush (2001-2009). Ele pretende retornar à região no futuro
próximo para retomar os esforços para que israelenses e palestinos voltem à mesa de negociação. Ele destacou que a decisão anunciada por Israel foi
unilateral e não foi resultado de
conversas com os EUA ou com
os palestinos.
"Como o presidente Obama
disse muitas vezes, nós acreditamos que neste conflito uma
solução de dois Estados é a melhor forma de cumprir o objetivo de israelenses e palestinos
de viver em paz e segurança",
disse. E acrescentou: "É também interesse de segurança nacional dos EUA. Isto é urgentemente necessário".
Mitchell ressaltou que a situação em Jerusalém deve ser
resolvida pelas partes por meio
da negociação. Ele criticou a
medida adotada por Israel de
despejar de suas casas palestinos em Jerusalém e demolir as
estruturas. "Os EUA não aceitam e discordam de qualquer
ação unilateral por qualquer
uma das partes que possa ter o
efeito de esvaziar as negociações", disse.
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