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São Paulo, sexta-feira, 26 de dezembro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Líder do grupo terrorista palestino Jihad Islâmico está entre os mortos; suicida se explode em ponto de ônibus israelense

Israel mata 5; terrorista palestino mata 4

DA REDAÇÃO

Um terrorista suicida palestino se explodiu num ponto de ônibus perto de Tel Aviv, matando quatro israelenses. Pouco antes, helicópteros de Israel mataram em Gaza um dos principais líderes do grupo terrorista Jihad Islâmico e ao menos mais quatro palestinos.
Os ataques puseram fim a mais de dois meses de relativa calma, um período que reanimara os esforços para retomar as negociações de paz entre israelenses e palestinos em torno de plano dos EUA para encerrar mais de três anos de Intifada -a revolta palestina contra a ocupação israelense. Uma ação israelense em Gaza nesta semana já havia deixado nove palestinos mortos.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina assumiu a responsabilidade pelo atentado em Israel. "É a primeira operação de uma série de retaliações [por um ataque de Israel em Nablus, na Cisjordânia, há uma semana]. Juramos causar um terremoto na entidade sionista", disse comunicado do grupo terrorista.
O chefe da polícia de Israel disse que o homem-bomba matou mais três pessoas e deixou 16 feridos em um ponto de ônibus perto de Petah Tikvah. A explosão ocorreu na hora do rush e paralisou o trânsito numa das mais movimentadas estradas israelenses.
No último grande atentado suicida contra Israel, em 4 de outubro, um homem-bomba palestino causou 23 mortes num restaurante lotado, em Haifa.
O governo israelense disse que, apesar dos ataques, espera a retomada das negociações com os palestinos para a realização de um encontro entre os premiês Ariel Sharon (israelense) e Ahmed Korei (palestino). Sharon ameaça uma retirada limitada e unilateral de áreas palestinas em meses se o processo de paz não avançar.
"A atual situação demonstra o perigo da falta de negociações", disse Avi Pazner, porta-voz de Israel. "Sharon está disposto a reunir-se com Ahmed Korei, mas as dúvidas vêm da parte palestina."
Korei condenou ontem o ataque israelense em Gaza e o ataque suicida em Israel e pediu um imediato cessar-fogo dos dois lados para a retomada do diálogo. Ele havia suspendido as negociações para seu encontro com Sharon após a ação de Israel em Gaza no início da semana.
Korei exige que Israel pare a construção de uma barreira na Cisjordânia que anexa áreas palestinas a seu território. Segundo o país, ela servirá para impedir a entrada de terroristas.
Pouco antes do atentado suicida, helicópteros israelenses mataram Meqbel Hmaid, líder da ala armada do Jihad Islâmico e importante membro da hierarquia do grupo, cujo objetivo é a destruição de Israel. Três civis e outro membro do Jihad foram mortos no ataque.
Centenas de combatentes do Jihad, que foram ao necrotério velar seu líder militar, prometeram vingança e dispararam tiros para cima, gritando "Deus é grande", quando souberam da explosão perto de Tel Aviv. "Deus se vingou", gritavam.
Os grupos terroristas palestinos resistem aos esforços de Korei e do Egito por um cessar-fogo com Israel para a retomada do plano de paz dos EUA, que prevê o combate ao terror e a criação de um Estado palestino até 2005.
Israel usou helicópteros para localizar e matar dezenas de terroristas envolvidos no levante palestino, mas esse foi o primeiro ataque do tipo em Gaza, bastião de grupos terroristas como o Hamas e o Jihad, em mais de dois meses.
Israel diz que a recente calmaria é uma ilusão e que evitou cerca de 25 atentados suicidas recentemente, detendo os terroristas antes que chegassem ao país.


Com agências internacionais


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