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Etiópia ataca dois maiores aeroportos da Somália
União Africana convoca reunião de emergência para discutir conflito na quarta
Soldados do governo de transição somali, apoiados por etíopes, expulsaram forças islâmicas da cidade fronteiriça de Belet Weyne
Mohamed Sheikh Nor/Associated Press
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Soldado islâmico vigia o aeroporto de Mogadishu após ataque |
DA REDAÇÃO
Um dia após haver destruído
um centro de recrutamento para militantes islâmicos, a Força
Aérea etíope bombardeou ontem os dois principais aeroportos da Somália, enquanto forças em terra capturaram um vilarejo estratégico do país.
A União Africana defendeu a
reconciliação e convocou uma
reunião internacional nesta
quarta, a fim de tentar evitar
uma escalada militar na região.
As ações de ontem, que não
provocaram vítimas, reforçam
os temores de que tenha início
uma guerra regional na África.
No começo da manhã, os jatos de fabricação russa lançaram duas bombas sobre o aeroporto internacional da capital,
Mogadício. Não se sabe se o alvo era o xeque Hassan Dahir
Aweys, líder das Cortes Islâmicas -movimento popular que
domina a capital e grande parte
do sul do país desde junho-,
que voava em direção ao local
pouco antes do ataque.
O aeroporto de Baledogle
(100 km da capital) também foi
atingido. Além disso, tropas do
governo de transição somali,
apoiadas por etíopes, desalojaram forças islâmicas da cidade
fronteiriça de Belet Weyne.
Anteontem, a Etiópia reconhecera pela primeira vez suas
intenções militares contra a
Somália. O primeiro-ministro
etíope, Meles Zenawi, confirmou, em uma mensagem televisiva, que seu país entrou em
guerra contra "forças terroristas" do país vizinho.
Forças do governo somali haviam matado 500 soldados islâmicos, a maioria da Eritréia, em
dois dias de combate.
Dois governos
A Somália é hoje um país dividido entre os seguidores do
governo internacionalmente
reconhecido, mas politicamente fraco, sediado na cidade de
Baidoa, e as forças islâmicas.
Desde que os islâmicos chegaram ao poder, a Etiópia está
cada vez mais envolvida com a
política interna da Somália, na
tentativa de proteger o governo
de transição do avanço das forças islâmicas. Mas a disputa entre os dois grupos se acirrou na
semana passada.
Temerosos de uma expansão
da influência islâmica e do potencial da Somália de virar um
novo front em sua "guerra ao
terror" no geograficamente estratégico Chifre da África, os
EUA apóiam a Etiópia.
Analistas aventam agora a
possibilidade de as tropas etíopes avançarem até Mogadício
para tentar aniquilar os militantes islâmicos.
A Somália, quase inteiramente muçulmana, e a Etiópia,
majoritariamente cristã, mantiveram confrontos sangrentos
por vários anos. Os dois países
se enfrentaram em uma guerra
costeira em 1977 e em 1978,
quando forças somalis tentaram conquistar uma área de
fronteira e acabaram desmoralizadas pelos soldados etíopes.
Os colapsos levaram à queda do
governo central em Mogadício,
em 1991, que seria seguido por
15 anos de anarquia.
Com agências internacionais
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