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Hospitais começam a voltar à normalidade
DO ENVIADO À FAIXA DE GAZA
As transferências de cerca de
300 feridos em estado grave ao
Egito e doações internacionais
de equipamentos e remédios à
faixa de Gaza deixaram para
trás o caos que prevaleceu no
hospital Shifa, durante os dias
da ofensiva militar de Israel.
Maior hospital do território,
lá morreram ou chegaram sem
vida cerca de 900 (quase 70%)
dos mais de 1.300 mortos nos
ataques, segundo o subdiretor,
Fadel Tafish. Nos primeiros
dias de guerra, muitos feridos
foram atendidos no jardim do
hospital, que perdeu um dos geradores de energia, danificado
por um ataque.
Foram levados ao país vizinho os casos mais críticos de
amputações, além de pacientes
crônicos que precisam de outros procedimentos complexos, como de transplantes e cirurgias cardíacas e cerebrais.
Continuam sendo tratados lá
muitos queimados por bombas.
Durante a guerra, os médicos
locais lutavam ainda contra a
precária infraestrutura e a falta
de equipamentos básicos. Muitas máquinas não funcionavam
por falta de peças, e faltavam
remédios.
Segundo o subdiretor Tafish,
dezenas de pessoas morreram
porque demoraram a ser levadas para lá, durante os bombardeios. "Quando chegavam, já tinham perdido sangue demais.
Não tivemos tempo para salvá-las", diz ele, que só se refere aos
mortos como "mártires".
Duas ambulâncias destroçadas por disparos de artilharia
jaziam no pátio do Shifa na tarde de ontem.
Na Unidade de Tratamento
Intensivo, visitada pela Folha,
a situação aparentava estar sob
controle, com equipamentos
modernos e funcionando. Havia três leitos vazios.
Com um coágulo no cérebro
causado por um tiro de fuzil,
Ahmad Hassanin, 10, era um
dos internados. Segundo um
médico da UTI, ele tinha boas
chances de se recuperar.
Atuando no hospital é possível ver médicos de diferentes
organizações internacionais.
Um médico do grupo turco
Doctors Worldwide afirmou
que chegaram máquinas novas
e mais de 200 diferentes tipos
de remédios para os pacientes.
Todas as especialidades estão cobertas, e já há material e
médicos suficientes para tratar
das vítimas, informou a organização. Um especialista americano em cirurgia plástica contou que fará quatro operações
de mãos de vítimas de queimaduras e outros procedimentos
de enxerto de pele de uma parte para outra do corpo.
"Os médicos estrangeiros estão nos ajudando muito e salvando pacientes", disse Tafish.
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