São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

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General do Brasil pode ter sido morto, diz presidente

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO
LUIS KAWAGUTI
DE SÃO PAULO

O presidente da República Dominicana Leonel Fernandez disse a um diplomata dos EUA acreditar que o general brasileiro Urano Bacellar, ex-comandante militar da ONU no Haiti, não se suicidou, mas foi assassinado em 2006.
A conversa consta em um relatório diplomático dos EUA vazado pelo WikiLeaks e divulgado pelo jornal norueguês Aftenposten.
Segundo o Exército brasileiro, Bacellar cometeu suicídio com um tiro de pistola dentro de seu quarto de hotel no Haiti, na madrugada do dia 7 de janeiro de 2006.
Mas, de acordo com o relatório, Fernandez, em conversa com o então subsecretário do Departamento de Estado, Patrick Duddy, disse que "suicídio parece improvável para um profissional do calibre de Bacellar".
Ele disse acreditar que o general foi morto por um atirador de elite pertencente a um "pequeno grupo do Haiti dedicado a atrapalhar as eleições e promover o caos".
Fernandez disse que o possível mandante do crime seria o rebelde Guy Philippe, que comandou uma milícia que ajudou a derrubar o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide em 2004.
Fernandez disse que essa versão não foi divulgada no Brasil para evitar críticas da população à missão no Haiti.
Contatado, o governo dominicano não comentou.
A Folha apurou que militares da cúpula do Exército e familiares de Bacellar não acreditam na versão do presidente dominicano.
A morte estaria mais relacionada ao fato de Bacellar ter recebido ordens da ONU para invadir a favela de Citè Soleil um mês antes das eleições presidenciais haitianas.
Bacellar teria sido contrário à operação, que não resolveria o problema da criminalidade e só afastaria os cidadãos mais pobres das urnas.


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