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Entrevista com Saddam
gera imbróglio nos EUA
DA REDAÇÃO
A Casa Branca criticou ontem a
rede de TV americana CBS por
não aceitar que qualquer funcionário do governo respondesse a
comentários feitos pelo ditador
iraquiano, Saddam Hussein, durante uma entrevista veiculada na
noite de ontem.
"É estranho que eles [a rede de
TV] não tenham deixado a Casa
Branca falar", disse o porta-voz da
Casa Branca, Ari Fleischer, à
agência de notícias Reuters.
Segundo ele, a Casa Branca tinha dito à CBS que poderia enviar
um representante do governo para responder a trechos classificados de "propaganda política,
mentiras e declarações irresponsáveis" de Saddam. Mas, ainda de
acordo com Fleischer, a CBS disse
que só aceitaria a oferta se o presidente George W. Bush pudesse
participar do programa em que a
entrevista seria veiculada.
A rede de TV refutou, porém, a
acusação. "Se o presidente, o vice-presidente [Dick Cheney] ou o secretário de Estado [Colin] Powell
quiserem aparecer no programa,
teremos grande prazer em tê-los",
disse Sandy Genelius, porta-voz
da rede CBS.
Gravada na última segunda-feira, a entrevista é a primeira de
Saddam a um jornalista americano em 13 anos. Nela, segundo trechos revelados anteontem, Saddam negou ter elo com a rede terrorista Al Qaeda e com Osama bin
Laden. "O Iraque jamais teve relações com a Al Qaeda, e o próprio
Osama bin Laden já disse isso."
Ademais, o ditador afirmou que
não pretende deixar o país, buscando exilar-se em outro lugar
para evitar a guerra. "Morreremos aqui. Morreremos no Iraque
e manteremos a honra que devemos ter diante de nosso povo."
Ele afirmou que não ateará fogo
aos poços de petróleo do país e
negou ter mísseis que são proibidos para o Iraque. "Os mísseis
proibidos pelas resoluções da
ONU não existem mais." Saddam
também propôs a realização de
um debate na TV entre ele e Bush.
O ditador exortou os iraquianos
ontem a cavar trincheiras no jardim de suas casas para proteger-se de ataques aéreos.
Com agências internacionais
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