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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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DEMOGRAFIA

ONU reduz em 400 milhões de habitantes a previsão da população em 2050 devido à doença e à queda da natalidade

Aids reduz previsão para população global

DA ASSOCIATED PRESS

A ONU (Organização das Nações Unidas) reduziu sua estimativa da população do planeta em 2050 em 400 milhões, principalmente devido à epidemia de Aids e à esperada redução das taxas de natalidade ao redor do mundo.
Em 2000, a Divisão de População da ONU previu que 9,3 bilhões de pessoas viveriam na Terra na metade do século 21, mas ontem baixou essa estimativa para 8,9 bilhões.
Metade dos 400 milhões a menos será resultado de um aumento no número de mortes, decorrente principalmente da Aids. A outra metade virá de uma diminuição nos nascimentos.
Pela primeira vez, a ONU projeta que, em algum momento neste século, as taxas de natalidade na maioria dos países em desenvolvimento ficará abaixo de 2,1 crianças por mulher, nível necessário para garantir a reposição da população a longo prazo. Em 2050, três em cada quatro países em regiões menos desenvolvidas terão taxas inferiores a 2,1.
Apesar do declínio no ritmo da expansão populacional, a população aumentará dos atuais 6,3 bilhões para 8,9 bilhões em 2050.
A ONU alerta, no entanto, que o crescimento previsto depende de garantias de que as políticas de planejamento familiar serão aprofundadas. Se as taxas de natalidade permanecerem como estão hoje, a população global seria de 12,8 bilhões em 2050.
O órgão também condiciona suas previsões já bastante sombrias em relação à Aids ao aprofundamento dos esforços para controlar a epidemia. Do contrário, poderia haver uma queda ainda maior da expectativa de crescimento populacional. Na atual década, 46 milhões de pessoas deverão morrer em consequência da Aids. Até 2050, as vítimas da doença serão 278 milhões.
Em 2050, 33 países terão uma população menor do que têm hoje: o Japão perderá 14%; a Itália, 22%; Bulgária, Estônia, Letônia, Geórgia, Rússia e Ucrânia perderão de 30% a 50%.
Em regiões menos desenvolvidas, a população deverá crescer dos 4,9 bilhões hoje para 7,7 bilhões em 2050.
Burkina Fasso, Mali, Níger, Somália e Uganda quadruplicarão suas populações devido a taxas de natalidade superiores a 2,5% entre 2000 e 2050.
A redução das taxas de natalidade resultará no envelhecimento da população em muitos países em desenvolvimento. O número de pessoas com mais de 60 anos quase triplicará, dos 606 milhões em 2000 para 1,9 bilhão em 2050.


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