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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Premiê apresenta o novo governo hoje no Parlamento israelense

Sharon afasta "Bibi" da Chancelaria

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, afastou Binyamin "Bibi" Netanyahu, seu principal rival dentro do Likud, do cargo de ministro das Relações Exteriores, considerado o segundo mais importante posto no governo israelense.
Netanyahu será substituído pelo atual ministro das Finanças, Silvan Shalon, 45, com pouca experiência diplomática, mas com a ambição de suceder Sharon, 75, na liderança do Likud.
O primeiro-ministro convidou Netanyahu para assumir a pasta das Finanças, com importância inferior. Netanyahu, que foi premiê de Israel entre 1996 e 99, estava relutante em aceitar a proposta e impôs condições para assumir o cargo, como a exigência de atuar como vice-premiê. No ano passado, os dois disputaram as primárias pela liderança do Likud.
A saída de Netanyahu da Chancelaria é uma das mudanças no novo gabinete de Sharon, que será apresentado hoje ao Knesset (Parlamento), após a ampla vitória do Likud (centro-direita), nas eleições parlamentares de janeiro.
Shaul Mofaz será mantido no cargo de ministro da Defesa.
O premiê terá o apoio de 68 dos 120 parlamentares. Ontem a União Nacional, partido de extrema direita, anunciou que integrará a coalizão de governo. O partido possui sete cadeiras no Knesset e é contra a criação de um Estado palestino. Alguns de seus membros defendem até mesmo a expulsão dos palestinos da Cisjordânia e da faixa de Gaza.
Os outros partidos da coalizão, além do Likud, que tem 40 cadeiras, são o Shinui, que é contra a influência dos religiosos na política israelense, com 15 representantes, e o Partido Nacional Religioso, com seis cadeiras, que representa colonos israelenses dos territórios palestinos ocupados.
A perspectiva de avanço no processo de paz com a nova coalizão é considerada bastante reduzida, segundo analistas.
A única coisa que poderia ajudar a esquentar um pouco as negociações de paz seria o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, aceitar a criação do cargo de primeiro-ministro com amplos poderes. Ele concordou, relutantemente, no início do mês, com a criação do novo cargo. A tendência é que ele limite os poderes desse premiê ou então indique alguém de pouca expressão.
A decisão final da criação do cargo de primeiro-ministro e suas funções caberá aos 88 membros do Parlamento palestino.


Com agências internacionais


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