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ORIENTE MÉDIO
Governo israelense congela saída de soldados de cidades da Cisjordânia; autoria do ataque ainda é incerta
Israel culpa Síria e Jihad por atentado
DA REDAÇÃO
Israel responsabilizou a Síria e o
grupo terrorista Jihad Islâmico
pelo atentado suicida de sexta-feira à noite diante de uma boate em
Tel Aviv. A ANP (Autoridade Nacional Palestina), numa tentativa
de demonstrar energia contra o
terror, prendeu ontem ao menos
três suspeitos de terem relação
com o ataque terrorista.
Israel, porém, não ameaçou retaliar a Síria. De acordo com o ministro israelense da Defesa, Shaul
Mofaz, membros do ministério
serão enviados durante a semana
a Damasco, em uma ofensiva diplomática para discutir o assunto.
"O ministro da Defesa avaliou
que a Síria e o movimento Jihad
Islâmico estão por trás do ataque
mortal em Tel Aviv", informou
um comunicado do governo,
após reunião de emergência.
"O ministro da Defesa diz que a
Síria continua a apoiar e dar dinheiro para grupos terroristas, a
fim de que mantenham seus ataques, algo que põe em perigo o
processo de paz com os palestinos
e a estabilidade da região", diz o
comunicado.
Em Damasco, um membro do
Ministério das Relações Exteriores negou que o país esteja ligado
ao atentado e disse que a sede do
Jihad no país foi fechada -pedido feito diversas vezes por Israel.
Palestinos
Em resposta ao ataque terrorista, o governo israelense disse que,
por enquanto, não vai retirar soldados nem transferir o controle
da segurança de cidades da Cisjordânia para os palestinos, como
havia prometido após acordo de
cessar-fogo de 8 de fevereiro. O
comunicado de ontem congela a
medida e diz que uma nova decisão vai depender de uma reavaliação da situação da segurança e das
medidas adotadas pelos palestinos contra o Jihad e outros grupos
terroristas.
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, apressou-se em
condenar o atentado e a adotar
medidas punitivas. "Nós os levaremos à Justiça. Não permitiremos que ninguém sabote as ambições do nosso povo", disse Abbas. Agentes de segurança palestinos efetuaram ao menos três prisões de pessoas suspeitas de estarem relacionadas ao atentado. Foi
a primeira série de detenções de
suspeitos de participação em ato
terrorista feita por Abbas. Forças
israelenses prenderam outras seis
pessoas.
Abbas acusou uma "terceira
parte" de orquestrar o ataque suicida e sabotar o processo de paz.
Assessores palestinos de segurança disseram que o grupo radical
islâmico Hizbollah, baseado no
Líbano, estaria envolvido. Em
Beirute, o Hizbollah negou envolvimento.
Em comunicado divulgado pela
internet, o Jihad Islâmico assumiu
a autoria do ataque, contrariando
declarações anteriores dadas por
lideranças palestinas do grupo.
Líderes exilados do Jihad vivem
em Beirute e também em Damasco. Não está claro se são eles os
autores do atentado, contrariando a posição adotada pelos que vivem nos territórios palestinos.
Em um vídeo, o homem-bomba
disse que integrava o Jihad. "O
ataque foi cometido em resposta
aos assassinatos e destruições de
casas" cometidos por Israel e também tinha o objetivo de abalar a
ANP, que estaria seguindo ordens
dos EUA, afirmou Abdullah
Saeed Badran, 21.
Autoridades israelenses de segurança, que não quiseram se
identificar, disseram que o país
pode voltar a cometer assassinatos contra líderes do Jihad Islâmico. Segundo eles, o governo entende que o recente cessar-fogo
com os palestinos não inclui mais
o grupo.
Com agências internacionais
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