São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

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Democratas elevam tom de ataques em debate em Ohio

DE WASHINGTON

No terceiro debate entre os dois pré-candidatos democratas à sucessão de George W. Bush, em Cleveland, Ohio, Hillary Clinton e Barack Obama elevaram o tom dos ataques mútuos de maneira inédita até agora, principalmente em assuntos como a Guerra do Iraque e o tratado Nafta.
Os dois tentavam se diferenciar aos olhos dos eleitores de dois Estados-chave, Ohio e Texas, que vão às urnas na terça e que podem pôr um dos dois na liderança de maneira mais definida, numa corrida empatada.
Assim, o clima cordial dos encontros em Hollywood (Califórnia) e Austin (Texas) deu lugar a frases como "Acho que ela iguala experiência a longevidade em Washington" (Obama sobre o argumento de Hillary de que ele ainda não foi testado) e "Ele deveria ser condecorado por ter feito um discurso em 2002" (Hillary sobre Obama na Guerra do Iraque).
"Na mais importante decisão de política externa de nossa geração, se deveríamos ou não ir ao Iraque, eu fui muito claro quanto por que não deveríamos ir", disse Obama -Hillary votou a favor. "Em 2004, ele estava dizendo que basicamente concordava com a maneira com que Bush estava conduzindo a guerra", rebateu ela, já que ambos votaram pela reautorização da verba para a guerra.
A troca de ataques começou após os dois discutirem as diferenças entre seus planos para a saúde pública -são pequenas e técnicas- por 16 minutos.
Hillary aproveitou para reclamar de uma suposta complacência da imprensa americana com seu concorrente. Após ser indagada primeiro sobre o Nafta, disse: "Posso notar que nos debates eu sou sempre a primeira a ser indagada. Acho engraçado. Se alguém assistiu ao "Saturday Night Live", talvez deveríamos perguntar a Barack se ele está confortável ou se precisa de outro travesseiro".
Ela se referia a quadro recente do humorístico de TV. Nele, "jornalistas" fazem perguntas fáceis para o "senador", como "O senhor está confortável?", vibram com suas respostas e disparam questões duras à "senadora" e falam de seus problemas conjugais com Bill Clinton.
Parte do tom duro deveu-se aos mediadores, que foram incisivos e retomaram questões.


Leia sobre o debate em Ohio www.folha.com.br/080572


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