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IRAQUE SOB TUTELA
Polícia conta 22 mortos; partidário de Moqtada al Sadr no governo critica "política de agressão" americana
EUA matam seguidores de clérigo xiita
DA REDAÇÃO
Vinte e dois seguidores do clérigo xiita radical Moqtada al Sadr
morreram em um ataque das tropas dos EUA, segundo a polícia de
Bagdá. O combate, que envolveu
também militares iraquianos,
ocorreu numa mesquita do bairro
de Ur, na capital iraquiana. Os
EUA reconhecem a morte de "16
insurgentes".
Jawad al Maliki, assessor do premiê iraquiano, Ibrahim al Jaafari,
e membro do partido de Al Sadr,
criticou a ação como parte da
"política de agressão" dos EUA.
Assessores do clérigo dizem que
os mortos estavam desarmados.
Al Sadr vive na cidade de Najaf,
onde um tiro de morteiro feriu
ontem uma criança e um guarda a
50 metros da casa do líder radical.
Segundo o chefe de polícia de
Najaf, Abbas Miadal, esse ataque
veio de insurgentes leais ao ex-ditador Saddam Hussein, com o objetivo de dividir o povo iraquiano.
"Estamos prontos para confrontar quaisquer planos terroristas e
proteger os peregrinos."
Maomé
Quarta-feira será será lembrada
a morte do profeta Maomé, e
Moqtada al Sadr fez um apelo público pela calma e para que o
Exército iraquiano proteja os peregrinos de ataques da insurgência, enquanto o Exército Mehdi,
leal a Al Sadr, combate sunitas
com violência. Anteontem houve
sete mortes nos embates -a
maioria de civis atingidos por
acaso. Ontem a violência no país
fez dezenas de mortes.
A explosão de uma bomba matou um menino de 13 anos que
entrava numa escola em Basra,
sul do país (no Iraque, os dias letivos vão de domingo a quinta-feira). Foram relatados outros ataques a cidadãos comuns, como
três adolescentes mortos em Bagdá por atiradores que passaram
em um automóvel. Esses ataques
agravam o ódio sectário e justificam o temor de alguns analistas
que consideram que o país está
muito próximo de uma guerra civil -ou já a está vivendo.
Descobriram-se ainda 13 casos
de assassinato no país. Dez dos
corpos, vendados e com os membros amarrados, foram encontrados em Dora, bairro de Bagdá.
O Exército iraquiano relatou
também que investiga a descoberta de 30 corpos decapitados num
vilarejo próximo a Buhriz, ao norte de Bagdá.
Forças dos EUA fizeram ontem
uma operação num edifício do
Ministério do Interior iraquiano e
prenderam dez policiais depois de
descobrirem 17 sudaneses mantidos ilegalmente presos no complexo, disseram autoridades iraquianas. Os policiais foram soltos
logo depois. O Exército dos EUA
não comentou o incidente.
Essas forças iraquianas são responsáveis por manter a estabilidade no território, condição para
a retirada das tropas da coalizão
que depôs Saddam.
A secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, disse ontem
que espera uma retirada "significativa" de contingente americano
do Iraque em 2007, lembrando
que isso depende das condições
locais. "Essa significativa redução
acontece porque as forças iraquianas estão agora tomando e
mantendo territórios." Hoje há
cerca de 133 mil soldados dos
EUA no Iraque.
A americana também disse que
seu país vai questionar a Rússia a
respeito de um relatório de inteligência segundo o qual Moscou
passou informações a Saddam
Hussein sobre a movimentação
de tropas dos EUA às vésperas da
invasão ao Iraque. Em entrevista à
TV CNN, ela disse que a confirmação da acusação seria "muito
preocupante".
Em entrevista à rádio Australian
Broadcasting Corporation, o premiê britânico Tony Blair afirmou
hoje que o Reino Unido deve reduzir suas tropas no Iraque. Sem
citar prazos, Blair disse que "as
forças de segurança iraquianas estão se desenvolvendo. Se isso
acontecer, podemos nos retirar".
(Com agências internacionais)
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