São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Às vésperas da eleição israelense, pesquisas dão Kadima como favorito

Premiê do Hamas acena com diálogo

MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE JERUSALÉM

O primeiro-ministro designado do Hamas, Ismail Haniya, disse ontem, dois dias antes da eleição israelense, que o grupo terrorista, que formará o próximo governo palestino, quer encerrar a crise com Israel. Mas Haniya afirmou que não aceitará medidas unilaterais do país para demarcar as fronteiras com os palestinos.
"Não vamos segurar a ocupação. Mas isso não significa que consideramos que as fronteiras que eles decidirem sejam aquelas do Estado Palestino", disse o líder do grupo que defende a destruição de Israel.
O gabinete formado pelo premiê do Hamas deverá assumir o governo palestino na quarta-feira, um dia depois da eleição em Israel. O grupo não aceita a exigência do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e de Israel, de que respeite os acordos interinos de paz e renuncie à violência.
O serviço de Inteligência israelense anunciou que há pelo menos 16 alertas específicos de atentados de grupos palestinos antes da eleição de amanhã. Em Jerusalém, a guarda da fronteira montou barricadas entre as partes árabes e judaicas para revistar carros e palestinos considerados suspeitos de serem terroristas.

Pesquisas
A relação de forças no próximo Knesset (Parlamento) ainda está indefinida. Os partidos buscam conquistar os indecisos, que representam o suficiente para eleger 28 deputados. As maiores legendas montaram centrais de telemarketing para telefonar para os eleitores e tentar ganhar votos.
O partido de direita radical Israel Nossa Casa continua sendo a possível maior surpresa e tem chances de formar a terceira maior bancada do Knesset. A legenda pode ter entre sete e 15 vagas, de acordo com as principais pesquisas de Israel, do jornal "Haaretz" e do Canal 2 de TV.
Isso coloca o Israel Nossa Casa em disputa com o Likud, ex-partido de Ariel Sharon e liderado agora por Binyamin Netanyahu, pelo posto de maior força direitista israelense. Os dois partidos também defendem medidas unilaterais, mas querem que Israel mantenha o controle de partes maiores da Cisjordânia.
O Kadima, criado por Ariel Sharon e liderado por Ehud Olmert, continua na frente, com 36 cadeiras. O Partido Trabalhista faria entre 18 e 20 deputados.
Em seguida aparecem dois partidos religiosos. O Shas, que representa judeus sefaraditas da classe baixa, teria 11 deputados. O Mafdal, legenda nacionalista religiosa dos colonos retirados de Gaza e dos que moram nos assentamentos da Cisjordânia, ficaria com 12. Os partidos árabes fariam oito deputados e o Meretz, de esquerda, ficaria com quatro.
Ontem foi o último dia de programa eleitoral na televisão.


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