São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Novo premiê paquistanês barganha com guerra ao terror

DA REDAÇÃO

O novo premiê do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, disse ontem que seu país continuará a combater o terrorismo, mas que a questão será abordada "de maneira coletiva", e que o desenvolvimento econômico das áreas de fronteira com o Afeganistão "é fundamental para enfrentar os extremistas".
A afirmação foi feita em audiência com o número dois do Departamento de Estado, John Negroponte, e o secretário-assistente para a Ásia, Richard Boucher. Eles buscam em Islamabad um compromisso do novo governo civil de manter a política antiterrorista aplicada pelo ditador Pervez Musharraf, que permanece agora enfraquecido na chefia do Estado.
A referência de Gilani ao "desenvolvimento econômico" pressupõe que repasses americanos não sejam apenas encaminhados para equipar o Exército local na luta contra a Al Qaeda e o Taleban. No ano passado, Washington prometeu US$ 750 milhões, mas o dinheiro não foi enviado. Desde 2001, Musharraf recebeu US$ 10 bilhões para tarefas militares.
Para não deixar dúvida de que o enfoque do problema mudou, Gilani pediu a sua assessoria que divulgasse um telefonema de George W. Bush, na véspera, no qual o premiê enfatizou a necessidade de "combinar uma abordagem política [do combate ao terrorismo] com programas de desenvolvimento". A questão, disse Gilani, será discutida no Parlamento, eleito em fevereiro.
"As relações com os EUA serão a partir de agora bem mais complexas", disse o cientista político paquistanês Rasul Bakhsh Rais. "O centro de poder mudou", aludiu ele ao ditador, cujos aliados foram derrotados nas urnas em fevereiro.


Com agências internacionais


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