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No Brasil, foco é na compensação
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
No Brasil, apesar de não
existir ainda uma comoção pública com a mudança climática, o problema já
chegou aos departamentos de marketing das empresas. Buscando melhorar a imagem, algumas delas ajudam a financiar programas de "neutralização
de carbono". De modo diferente dos britânicos, porém, não se questiona
quanto CO2 cada produto
lança ao ar: a emissão é revertida depois, em tese,
com o financiamento do
plantio de árvores.
O problema dessa abordagem, porém, é que a
compensação ocorre em
um futuro um tanto incerto. Ao plantar uma árvore,
apenas após 15 ou 20 anos
pelo menos, é que o carbono, realmente, estará seqüestrado. O problema,
então, passa a ser outro.
As empresas que já vendem esses serviços de
plantio de árvores para
compensar o carbono
emitido no Brasil usam
cálculos bem diferentes
em seus processos.
A conseqüência disso é
que o número de exemplares que precisa ser plantado pelo cliente, para a
neutralização de uma
mesma quantidade de carbono, pode variar em mais
de 300%. Isso porque enquanto algumas empresas
usam a relação de 1,6 árvore para compensar uma
tonelada de carbono, outras adotam como padrão
o plantio de 6,2 árvores.
Não bastasse isso, para
que o cidadão possa ter a
consciência tranqüila de
que o carbono emitido por
ele realmente foi compensado, é preciso ter certeza
de que o vegetal plantado
sobreviva por vários anos.
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