São Paulo, domingo, 27 de abril de 2008

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No Brasil, foco é na compensação

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasil, apesar de não existir ainda uma comoção pública com a mudança climática, o problema já chegou aos departamentos de marketing das empresas. Buscando melhorar a imagem, algumas delas ajudam a financiar programas de "neutralização de carbono". De modo diferente dos britânicos, porém, não se questiona quanto CO2 cada produto lança ao ar: a emissão é revertida depois, em tese, com o financiamento do plantio de árvores.
O problema dessa abordagem, porém, é que a compensação ocorre em um futuro um tanto incerto. Ao plantar uma árvore, apenas após 15 ou 20 anos pelo menos, é que o carbono, realmente, estará seqüestrado. O problema, então, passa a ser outro. As empresas que já vendem esses serviços de plantio de árvores para compensar o carbono emitido no Brasil usam cálculos bem diferentes em seus processos.
A conseqüência disso é que o número de exemplares que precisa ser plantado pelo cliente, para a neutralização de uma mesma quantidade de carbono, pode variar em mais de 300%. Isso porque enquanto algumas empresas usam a relação de 1,6 árvore para compensar uma tonelada de carbono, outras adotam como padrão o plantio de 6,2 árvores.
Não bastasse isso, para que o cidadão possa ter a consciência tranqüila de que o carbono emitido por ele realmente foi compensado, é preciso ter certeza de que o vegetal plantado sobreviva por vários anos.


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