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OEA pressiona oposição a dialogar com Evo Morales
Organismo teme que polêmico projeto de referendo cause violência na Bolívia
Chanceler boliviano pede apoio da Casa Branca contra movimento que defende "estatuto autonômico"
para região de Santa Cruz
DA REDAÇÃO
A OEA (Organização dos Estados Unidos Americanos) exigiu ontem que os prefeitos bolivianos favoráveis ao controverso projeto de referendo sobre a
adoção de um estatuto autonômico para a região de Santa
Cruz criem uma instância de
diálogo com o governo para evitar o agravamento da crise.
Num sinal de apoio ao governo de Morales, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, cobrou da oposição boliviana "a data, a hora e o lugar" para
um encontro que busque uma
solução e evite que a Bolívia
mergulhe novamente na violência e no caos.
O chanceler boliviano, David
Choquehuanca, disse em Washington que a realização do referendo causaria um "verdadeiro risco de confrontos".
Mesmo com o respaldo da
OEA contra a oposição, Choquehuanca afirmou que gostaria de ver uma manifestação
mais explícita de apoio por parte do governo dos Estados Unidos.
Morales acusa a região de
Santa Cruz de usar dinheiro
público para preparar o referendo previsto para 4 de maio
sobre a adoção de um "estatuto
autonômico" que amplia os poderes do governo local
A consulta, que tem apoio de
dezenas de prefeitos locais, é
considerada ilegal pela Justiça
e pelo governo federal, que acusa a oposição de fomentar o separatismo no país.
O estatuto autonômico, que
dá ao governo departamental
poderes até para legislar sobre
política alfandegária, foi uma
resposta da oposição à Constituição aprovada numa Assembléia Constituinte sem a presença da oposição. Para entrar
em vigor, a Carta precisa ser ratificada num referendo nacional, ainda sem data marcada.
Num gesto de boa vontade, o
governo da Bolívia descongelou
ontem o repasse de recursos ao
departamento de Santa Cruz,
suspenso na quinta-feira sob a
alegação de que a administração regional havia deixado de
contabilizar seus gastos.
O anúncio ocorreu após o governo oposicionista cruzenho
ter reconectado o sistema de
contabilização e se comprometido a entregar a documentação
pendente.
Futebol
A preocupação com o referendo não impediu Morales de
estrear ontem no torneio da segunda divisão de futebol boliviano pelo seu time, o Litoral.
O presidente, que tem 48
anos, jogou os 40 primeiros minutos da partida vestindo a camisa 10 e atuando como armador. O jogo terminou com a vitória de 4 a 1 do time de Morales, que prometeu jogar mais
vezes pelo Litoral.
O presidente da Bolívia se
inscreveu no final de março no
elenco do clube para defender a
prática do futebol na altitude e
protestar contra a decisão da
Fifa de vetar a realização de jogos no estádio Hernando Siles,
em La Paz, situado a 3.600 metros acima do nível do mar, onde costuma se apresentar a seleção boliviana.
Com agências internacionais
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