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Viagens para o México devem ser evitadas, dizem médicos
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
As pessoas devem evitar viagens para o México e para os
EUA, recomendam os infectologistas. Por se tratar de um vírus mutante, nunca antes visto,
não existem medidas de prevenção específicas, a não ser as
tradicionais orientações dadas
nos casos de gripe comum, como evitar lugares de grandes
aglomerações, lavar bem as
mãos e beber bastante líquido.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a vacina antigripe tradicional não
evita a gripe suína. Como o novo vírus é resultado de uma
miscigenação de genes de vírus
de gripe de porcos, de aves e de
humanos, a imunização só valeria para uma parte dele.
Porém, alguns infectologistas avaliam que a vacina pode
oferecer "uma certa proteção".
"Não sabemos qual é a expectativa de proteção, mas algum
grau deve ter. Sabemos que os
infectados no México não haviam tomado a vacina antigripe", diz o infectologista Marco
Aurélio Sáfadi, da Santa Casa.
Já os dois antivirais usados
para tratar a gripe -o Tamiflu e
o Relenza- são eficazes contra
o novo vírus se forem tomados
logo após surgirem os primeiros sintomas, afirma o infectologista Artur Timerman, do
hospital Albert Einstein (SP).
Segundo ele, o novo vírus é
altamente contagioso: dois dias
antes de a pessoa manifestar os
primeiros sintomas de gripe,
ela já pode estar infectando outras. O perigo continua até cinco dias depois, por isso é necessário o doente ficar isolado.
"O vírus da gripe suína também tem alta letalidade, de 6%
[vírus da gripe comum mata
menos de 0,5% dos casos]."
Entre as pessoas imunodeprimidas, ou que já têm uma
doença de base (como os cardiopatas e asmáticos), a taxa de
mortes pode chegar a 20%.
Ontem, durante o Congresso
da Sociedade Ibero-Americana
de Infectologia, em Campos do
Jordão (SP), o representante da
Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), Ruben Figueroa, reforçou a contraindicação
de viagens para os países onde
há casos da gripe suína.
"Não sabemos a magnitude
que essa pandemia pode assumir. Por isso, se puder evitar
viagens desnecessárias, evite",
diz Timerman, que estava no
evento. No congresso, também
foi discutida a necessidade de
agilizar a fabricação de novas
vacinas antigripe. Hoje, após
isolada a cepa de um vírus, demora-se seis meses para desenvolver uma nova vacina.
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