São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Viagens para o México devem ser evitadas, dizem médicos

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

As pessoas devem evitar viagens para o México e para os EUA, recomendam os infectologistas. Por se tratar de um vírus mutante, nunca antes visto, não existem medidas de prevenção específicas, a não ser as tradicionais orientações dadas nos casos de gripe comum, como evitar lugares de grandes aglomerações, lavar bem as mãos e beber bastante líquido.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a vacina antigripe tradicional não evita a gripe suína. Como o novo vírus é resultado de uma miscigenação de genes de vírus de gripe de porcos, de aves e de humanos, a imunização só valeria para uma parte dele.
Porém, alguns infectologistas avaliam que a vacina pode oferecer "uma certa proteção". "Não sabemos qual é a expectativa de proteção, mas algum grau deve ter. Sabemos que os infectados no México não haviam tomado a vacina antigripe", diz o infectologista Marco Aurélio Sáfadi, da Santa Casa.
Já os dois antivirais usados para tratar a gripe -o Tamiflu e o Relenza- são eficazes contra o novo vírus se forem tomados logo após surgirem os primeiros sintomas, afirma o infectologista Artur Timerman, do hospital Albert Einstein (SP).
Segundo ele, o novo vírus é altamente contagioso: dois dias antes de a pessoa manifestar os primeiros sintomas de gripe, ela já pode estar infectando outras. O perigo continua até cinco dias depois, por isso é necessário o doente ficar isolado.
"O vírus da gripe suína também tem alta letalidade, de 6% [vírus da gripe comum mata menos de 0,5% dos casos]."
Entre as pessoas imunodeprimidas, ou que já têm uma doença de base (como os cardiopatas e asmáticos), a taxa de mortes pode chegar a 20%.
Ontem, durante o Congresso da Sociedade Ibero-Americana de Infectologia, em Campos do Jordão (SP), o representante da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), Ruben Figueroa, reforçou a contraindicação de viagens para os países onde há casos da gripe suína.
"Não sabemos a magnitude que essa pandemia pode assumir. Por isso, se puder evitar viagens desnecessárias, evite", diz Timerman, que estava no evento. No congresso, também foi discutida a necessidade de agilizar a fabricação de novas vacinas antigripe. Hoje, após isolada a cepa de um vírus, demora-se seis meses para desenvolver uma nova vacina.


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