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Iraque acusa EUA após operação com 2 mortos
Premiê iraquiano diz que ataque viola pacto de segurança entre os dois países
Washington diz que ação em Kut foi "coordenada e aprovada" por Bagdá e que alvo eram milicianos xiitas armados e apoiados pelo Irã
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, qualificou de
"violação" ao pacto de segurança entre Washington e Bagdá o
ataque norte-americano em
Kut (150 km ao sudeste de Bagdá), ocorrido ontem. Um homem e uma mulher morreram,
e seis supostos militantes foram presos.
Maliki pediu à coalizão internacional liderada pelos EUA
que julgue os responsáveis.
Dois comandantes iraquianos
foram detidos ontem por terem
autorizado a operação sem terem prevenido o Ministério da
Defesa.
De acordo com o porta-voz
do ministério, Mohammed Al
Askari, uma comissão foi enviada à cidade para investigar o caso. Houve protestos em Kut
contra a presença das forças
americana.
No entanto, os EUA afirmaram que a operação "foi coordenada e aprovada pelo governo iraquiano". Disseram ainda
que seu alvo era uma casa em
que estava um grupo de elite de
milicianos xiitas, armados e financiados pelo Irã.
O artigo 4.2 do pacto de segurança assinado em novembro
entre os dois países estipula
que, partir de janeiro, todas as
operações militares dos EUA
no Iraque devem ser "realizadas em coordenação com autoridades iraquianas".
O acordo também prevê a retirada das tropas americanas de
todo o país até o final de 2011.
Em março, o presidente dos
EUA, Barack Obama, anunciou
que retiraria pelo menos 90 mil
soldados, dos atuais 142 mil, até
agosto de 2010.
Protestos
Enquanto ocorria nas ruas de
Kut o funeral das duas vítimas
do ataque americano, manifestantes pediam a libertação dos
seis presos e gritavam slogans
chamando os EUA de "ocupantes criminosos".
"Condenamos esse terrível
incidente. Ele viola o acordo
entre as forças dos EUA e do governo do Iraque", disse Latif Al
Tarfa, governador da Província
de Wasit, onde fica Kut. "Pessoas inocentes foram mortas, e
a cidade está agora muito tensa", completou.
Segundo o chefe de polícia
Aziz Al Amara, as vítimas do
ataque eram inocentes. Um dos
detidos, segundo ele, era um capitão da polícia.
"Eles eram pessoas pobres,
que não causavam nenhum
problema político ou de segurança", disse.
Em março e abril de 2008, a
Província de Wasit foi palco de
combates durante uma sublevação de seguidores do clérigo
radical xiita de oposição Moqtada al Sadr.
Na quinta e sexta passadas,
uma onda de ataques deixou
pelo menos 159 mortos em
Bagdá, o que levou a secretária
de Estado dos EUA, Hillary
Clinton, a fazer anteontem
uma visita surpresa ao país.
Hillary rejeitou que os últimos ataques sejam sinal de um
retorno da violência sectária
que tomou conta do país há
dois anos e assegurou a continuidade do apoio dos EUA,
mesmo após o início da retirada
das tropas americanas.
Os dois ataques -em uma
mesquita e em um restaurante- ocorreram em áreas de
maioria xiita.
Com agências internacionais
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