São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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Eleito quer rever relação distante com o Brasil

DO ENVIADO ESPECIAL À COLÔMBIA

A relação distante entre os governos do Brasil e da Colômbia nos últimos quatro anos, com o atual presidente Andrés Pastrana, deverá ser revista com a vitória de Alvaro Uribe. Segundo a Folha apurou, Uribe já enviou sinais à diplomacia brasileira de que, se eleito, pretenderia intensificar o contato entre os dois países.
Uribe estaria descontente com a orientação dada por Pastrana à diplomacia colombiana, baseada principalmente nas relações com os EUA, principais financiadores do Plano Colômbia, de combate ao narcotráfico, e com a Europa, que teve papel importante durante o processo de paz com as Farc.
O governo brasileiro manteve uma posição crítica em relação à possibilidade de que o Plano Colômbia permitisse uma ingerência militar americana na região. O Brasil também não participou do grupo de dez países "facilitadores" do processo de paz, escolhidos em comum acordo pelas Farc e pelo governo colombiano.
Brasil e Colômbia têm uma fronteira comum de 1.600 km, numa região de selva cujo policiamento é dificultado pelas condições geográficas. Caso o conflito colombiano se agrave, teme-se que guerrilheiros atravessem a fronteira e se instalem no Brasil .
Mas, segundo fontes diplomáticas, a hipótese de uma aproximação com o Brasil pode ser revista caso Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência, vença as eleições deste ano e seu governo dê sinais de simpatia em relação à guerrilha. (RW)


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