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IRAQUE OCUPADO
Conselho iraquiano vê na proposta de Bush "desperdício de recursos'; "Times" diz que tortura estava disseminada
Iraquianos não querem demolir Abu Ghraib
DA REDAÇÃO
O atual presidente do Conselho
de Governo Iraquiano disse ontem que a idéia americana de demolir a prisão de Abu Ghraib
-cenário de torturas cometidas
pela ditadura de Saddam Hussein
e por soldados americanos- é
um "desperdício de recursos".
A idéia foi apresentada segunda-feira pelo presidente George
W. Bush, que disse que os EUA
demoliriam Abu Ghraib "com a
aprovação do governo iraquiano"
e em seu lugar construiriam uma
prisão de segurança máxima "como símbolo de um recomeço".
Mas Ghazi Mashal Ajil al Yawer
ressaltou que o complexo penitenciário não foi o único palco de
torturas no país: "Não devemos
ser sentimentais. Em qualquer
buraco do Iraque houve tortura.
Como conselho de governo, não
concordamos com a demolição, e
o assunto deve ser passado ao governo interino" em 30 de junho.
Al Yawer não foi o único iraquiano a minimizar a proposta.
Ahmed Hassan al Uqaili, vice-chefe da Organização de Direitos
Humanos do Iraque, disse que a
idéia era uma manobra para
"vencer as eleições nos EUA". Já o
ministro do Interior, Samir Shaker Mahmoud al Sumeidi, afirmou que via na proposta o desejo
de Bush "de remover a mancha"
do "escândalo da tortura".
O jornal "The New York Times"
publicou trechos de um relatório
de 5 de maio do Exército segundo
o qual os casos de tortura e maus-tratos por soldados dos EUA são
mais disseminados do que foi dito, indicando um padrão. No Iraque, eles remontam a 15 de abril
de 2003 -cinco dias após a queda
de Saddam. O último ocorreu no
mês passado.
As informações já haviam sido
divulgadas. Washington alega
que os abusos se restringem a um
grupo de guardas em Abu Ghraib.
Entre os casos citados no texto,
há agressões sexuais e morte por
causas não elucidadas.
Najaf
Combates entre as forças americanas e a milícia leal ao clérigo radical xiita Moqtada al Sadr deixaram ao menos nove mortos em
uma ação noturna em Najaf, cidade sagrada para os xiitas.
Na operação, os EUA prenderam Riyadh al Nourio, cunhado
de Al Sadr e um dos líderes de sua
milícia, pela morte do clérigo Abdul Majid al Khoei em abril de
2003. Os EUA disseram que ele será entregue a autoridades locais.
Segundo o assessor de segurança da administração iraquiana,
Mouwafak al Rubaie, a baixa levou Al Sadr a propor retirar de
Najaf seus seguidores que não vivem na cidade -mas exigiu que
os EUA retirassem suas tropas.
Ontem à noite, fontes do governo americano disseram que Al
Sadr teria aceito encerrar os combates em três cidades iraquianas.
Também ontem, dois civis russos que trabalhavam na reconstrução foram mortos em uma emboscada em Bagdá, e cinco iraquianos morreram quando uma
bomba improvisada explodiu em
Baquba.
Com agências internacionais
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