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Bélgica anula processo contra Sharon
DA REDAÇÃO
Um tribunal de Bruxelas (Bélgica) anulou ontem um processo de
genocídio contra o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, 74,
afirmando que, por estar ausente
do país, ele não poderia ser investigado por seu envolvimento em
um massacre de refugiados palestinos em Beirute (Líbano), ocorrido em 1982.
Sobreviventes dos campos de
Sabra e Chatila abriram o processo contra Sharon, que era ministro da Defesa quando Israel invadiu o Líbano, baseados em uma
lei de 1999 que dá poder a tribunais belgas para julgar crimes
contra a humanidade e de genocídio cometidos em qualquer país.
Os palestinos que abriram o
processo, cujos parentes estavam
entre as 800 a 2.000 pessoas mortas (segundo estimativas) nos
campos por milícias cristãs apoiadas por Israel, prometeram continuar tentando processar o premiê
israelense. De acordo com seus
advogados, o caso será levado ao
Tribunal Superior de Apelações
da Bélgica.
"Nunca desistiremos de nossas
tentativas e exigências de que
Sharon seja julgado por seus crimes", disse o ministro de gabinete
palestino Imad al Falouji. "Sharon
está cometendo seus crimes de
guerra em todas as cidades e em
todos os campos de refugiados
palestinos, apoiado pelo silêncio
internacional. Agora, encorajado
por uma sentença que permite
que aja impunemente, ele está livre de tudo, menos do sangue em
suas mãos", acrescentou.
"É um processo que começou
com mais política do que lei, e é
sorte que o resultado tenha sido
mais lei do que política", afirmou
Daniel Shek, diretor para questões européias do Ministério das
Relações Exteriores de Israel.
A Anistia Internacional, a Human Rights Watch e outras ONGs
criticaram a decisão do tribunal,
dizendo que ela iria "esvaziar de
conteúdo e deixar sem objetivo a
lei belga de competência internacional".
Em 1983, uma comissão israelense considerou o atual premiê
indiretamente responsável pelo
massacre nos campos de refugiados palestinos.
Com agências internacionais
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