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análise
China sai fortalecida e Japão perde
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Um efeito involuntário
da decisão americana de
suspender sanções contra
a Coréia do Norte é fortalecer a China entre os seis
países que participam da
negociação para desarmar
a ditadura norte-coreana.
O Japão, que teve cidadãos seqüestrados pelo regime norte-coreano e se
colocou contra a retirada
do país da lista americana
dos patrocinadores do terrorismo, saiu perdendo.
O regime chinês é um
dos raros aliados do ditador King Jong-il, que investe em armas nucleares
enquanto seu país definha.
Precisando de combustíveis e comida, o ditador
de penteado e figurino
exóticos delimitou o roteiro da "rendição". Entregou a lista para a China
seis meses depois do prazo
e deixou de fora dados que
serão entregues nas próximas fases de negociação
-e nunca de graça.
A China ganha ainda
mais musculatura como
mediador em disputas internacionais, deixando de
lado uma tradicional política de não-intervenção.
Na semana passada, o vice-presidente chinês, Xi
Jinping, esteve em Pyongyang. A visita foi considerada como fundamental
para a medida norte-coreana de ontem.
Enquanto tentavam
acalmar os neoconservadores americanos, na época em que ainda achavam
que tudo se resolvia no
porrete, os chineses pressionavam o temperamental vizinho. Uma guerra
entre as duas Coréias seria
muito ruim para a China.
A Coréia do Sul é um dos
dez maiores compradores
de produtos chineses. Há
40 mil empresas sul-coreanas na China, que investiram cerca de US$ 100
bilhões no país.
Uma guerra afetaria a
economia sul-coreana e,
por tabela, a chinesa -e a
queda do regime de King
Jong-il empurraria milhões de norte-coreanos
famintos a cruzar a fronteira com a China, algo
atualmente bem controlado pelo regime chinês.
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