São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2011

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Graziano precisará conquistar países desenvolvidos

DE SÃO PAULO

O apoio dos países em desenvolvimento garantiu a eleição do brasileiro José Graziano, mas a clara divisão Norte-Sul que marcou a votação não será nada produtiva para o novo diretor-geral.
Alguns dos principais jornais europeus já anunciavam ontem a provável dificuldade que Graziano terá de enfrentar para conquistar os países desenvolvidos ""que são os principais doadores do organismo.
Segundo o britânico "Financial Times", o brasileiro terá agora não só o desafio de aproximar os dois grupos de países, como também implementar a reforma que os desenvolvidos exigem.
"A divisão tradicional entre norte e sul ficou clara. O novo diretor-geral foi eleito com os votos dos não-alinhados. Agora, vai precisar obter o apoio dos principais doadores", disse um "diplomata ocidental" ao diário.
O secretário britânico de desenvolvimento internacional, Andrew Mitchell, já adiantou que a FAO deve "melhorar a sua performance", que foi bastante criticada na gestão do senegalês Jacques Diouf. "É necessária uma liderança forte agora, para nos guiar em direção à mudança ambiciosa e abrangente que precisamos".
A vice-secretária americana de agricultura, Kathleen Merrigan, por sua vez, disse que seu governo vai lutar por um congelamento do orçamento-geral da FAO pelo período 2012-2013. O jornal espanhol "El País" destacou que os países da FAO optaram pelo "continuísmo ao invés da renovação radical" proposta por Miguel Moratinos, candidato do país. O artigo ainda atribuiu ao ex-presidente Lula o resultado da votação.
Lula iria à votação em Roma, mas desistiu após a forte reação do país a não extradição de Cesare Battisti.
"Acima de todas as vantagens [de Graziano], pesou o enorme prestígio internacional de Lula", aponta o jornal.
Para a presidente Dilma, a eleição de Graziano reflete o "reconhecimento pela comunidade internacional das transformações do país". Graziano "poderá contar com o apoio firme do governo brasileiro", disse.


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