São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Zona Verde é livre de trânsito, sujeira e povo DO ENVIADO A BAGDÁ Entrar por um dos cinco portões da Zona Verde é uma experiência que beira o surrealismo ""mais ainda do que no filme homônimo de Paul Greengrass. Após três barreiras com soldados iraquianos e uma revista de veículo envolvendo também seguranças privados, o visitante entra em uma Bagdá sem trânsito, sujeira ou vida nas ruas. A "IZ" (iniciais inglesas para "zona internacional", seu nome oficial), como a Zona Verde é conhecida entre os locais, tem 10 km² e ocupa o antigo centro de poder do regime de Saddam Hussein (1979-2003), o ditador enforcado em 2006. O famoso monumento com sabres cruzados sobre uma avenida ainda está lá, assim como os portões que Saddam mandou erguer, além dos prédios governamentais reconstruídos. Raras pessoas nas ruas, pontos de controle menos ostensivos. Moram ali algumas dezenas de milhares de pessoas, sendo que 5.000 estão na nova Embaixada dos EUA ""a maior do mundo, do tamanho do Vaticano, que tem até um canal entre si e o rio Tigre. De lá são comandados os 50 mil soldados americanos que devem sair do país até o fim do ano. Tudo lembra uma prisão. Há moradores iraquianos, mas a maioria das casas é ocupada por empresas estrangeiras. O comércio é restrito a poucas lojinhas perto da embaixada americana. Uma mistura medonha de "pâtisserie" e bar de piscina, o Dojo's Diner é o último ponto para bebidas fora do hotel Al-Rashid na Zona Verde. "Mas é melhor ter amigos na Embaixada dos EUA, lá a diversão é melhor, quando não caem morteiros atirados do outro lado do rio", diz Joe, um segurança que almoçava lá na quinta passada. O controle oficial nas ruas é iraquiano, embora o "Heliporto Washington" tenha nome auto-explicativo. À sua frente, vilas estavam sendo erguidas para uma cúpula de países árabes que a chamada "primavera" adiou indefinidamente ""afetando também hotéis em outros pontos da cidade, como o Sheraton e o Palestine. Tudo feito por empresas turcas, que também reformaram o novo hospital local. (IG) Texto Anterior: Bagdá tenta se equilibrar entre opressões Próximo Texto: 'Cidade de Deus' iraquiana tem milícias xiitas Índice | Comunicar Erros

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