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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Morte de Uday e Qusay ainda não atenuou resistência iraquiana; Japão deve enviar tropas

Mais 3 americanos morrem no Iraque

DA REUTERS

Mais três soldados americanos foram mortos ontem no Iraque, no que constituiu o último ataque de uma onda que não teve seu ímpeto atenuado após a morte de dois dos filhos do ex-ditador Saddam Hussein. Os três militares estavam vigiando um hospital infantil perto de Bagdá.
Segundo um porta-voz do Exército, outros quatro soldados ficaram feridos no ataque -feito com granadas-, ocorrido em Baquba, cidade situada a 50 km da capital. Na região em que se localiza Baquba, conhecida como "triângulo sunita", concentra-se a maioria dos ataques contra as tropas americanas.
Esse último ataque elevou para 47 o número de soldados americanos mortos em ações hostis desde que o presidente George W. Bush declarou o fim das principais operações no país.
Desde o início da guerra, 161 morreram em ataques, 79 em acidentes. Militares dos EUA, que atribuem os ataques a simpatizantes de Saddam, haviam declarado esperar que a morte de Uday e Qusay amenizasse a violência.
Com buldôzeres, militares americanos começaram a demolir a mansão em que os filhos de Saddam foram mortos, em Mossul, após vasculharem o local em busca de informações sobre o paradeiro do ex-ditador. Os muros que cercavam o imóvel foram derrubados, e trabalhadores iraquianos trabalhavam na destruição do telhado.
A mansão fora bastante danificada durante a operação em que Uday e Qusay foram mortos, pois tinha sido atacada com metralhadoras, granadas e mísseis antitanques. Além dos dois irmãos, outras duas pessoas foram mortas na ação. Crê-se que um filho adolescente de Qusay seja uma delas.
A propriedade pertencia a um empresário ligado à família de Saddam. Funcionários do governo americano e militares dos EUA não quiseram comentar especulações de que ele pudesse ter traído os dois irmãos em troca dos US$ 30 milhões da recompensa oferecida por Washington pela captura ou pela morte dos filhos do ex-ditador iraquiano.
A população iraquiana fez fila nas pequenas bancas de jornal das grandes cidades para observar fotografias dos corpos deformados de Uday e Qusay.
Autoridades americanas esperam que essas fotos e imagens mostradas pela televisão ajudem a convencer a população de que os dois filhos mais velhos de Saddam estão realmente mortos, o que, segundo Washington, deveria servir para abrandar a guerrilha.
Após a morte de seus filhos, o cerco pode estar fechando em torno do próprio ex-ditador, de acordo com as Forças Armadas dos EUA.
Na noite da última quinta-feira, 13 homens foram detidos pelos americanos perto da cidade de Tikrit. Há suspeitas de que alguns deles possam ser guarda-costas de Saddam.
Este, que foi deposto pelas forças americanas em 9 de abril último, vale uma recompensa de US$ 25 milhões, US$ 10 milhões a mais que cada um de seus dois filhos mais velhos.
Em Tikrit, cidade de origem da família Hussein, que se situa entre Mossul e Bagdá, militares americanos estão em estado de alerta há dias, buscando pistas do paradeiro do ex-ditador e sofrendo frequentes ataques.

Japão
O Japão aprovou ontem uma controversa lei que abre caminho para o envio de tropas do país ao Iraque, no que poderia transformar-se na maior operação militar japonesa no exterior desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Mas, por conta da preocupação gerada pelos frequentes ataques sofridos por tropas americanas no Iraque, ainda não se sabe quando o envio dos soldados japoneses será feito.


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