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Cuba deve produzir sem culpar EUA, diz Raúl
Em celebração de 56 anos do ataque ao quartel de Moncada, líder cubano exorta cidadãos a "suar" nas terras ociosas
DA REDAÇÃO
O líder máximo cubano, Raúl
Castro, exortou ontem os cidadãos da ilha a produzir mais alimentos para superar a crise
econômica, em vez de culpar o
"imperialismo" e o embargo
dos EUA pela escassez de itens
básicos no país.
Em discurso para comemorar os 56 anos do ataque ao
quartel de Moncada, realizado
pelas forças castristas em 1953,
Raúl anunciou um novo aperto
de cinto na precária economia
cubana e qualificou a produção
de alimentos como uma questão de "segurança nacional".
"A terra está aí. Veremos se
trabalharemos ou não, se produziremos ou não. Não é questão de gritar "pátria ou morte",
"abaixo o imperialismo", "o embargo nos golpeia", enquanto a
terra está aí, esperando nosso
suor", disse Raúl, em fala de 36
minutos a 200 mil pessoas em
Holguín, a 740 km de Havana.
Cuba, alvo de embargo dos
EUA desde 1962, gastou em
2008 US$ 2,8 milhões na importação de alimentos para satisfazer 80% da cesta básica.
O país tem sentido fortemente os efeitos da crise econômica
global -o preço do níquel, por
exemplo, principal produto de
exportação da ilha, caiu de US$
54 mil a tonelada para pouco
mais de US$ 10 mil.
Além disso, Cuba foi devastada por três furacões em 2008,
que causaram perdas econômicas de cerca de US$ 10 bilhões.
Em resposta, o governo definiu recentemente cortes no Orçamento e um plano rígido de
economia energética, além de
reduzir sua meta de crescimento anual de 6% a 2,5% e modificar leis trabalhistas.
Outra medida foi o reparte de
terras improdutivas, iniciado
há dez meses. Segundo Raúl,
39% das terras ociosas foram
entregues. "Não podemos nos
sentir tranquilos enquanto
exista um só hectare de terra
sem um uso útil e alguém disposto a torná-lo produtivo",
disse ontem o mandatário, no
comando de Cuba há três anos.
Fidel Castro, seu irmão e antecessor, esteve mais uma vez
ausente da comemoração, que
tradicionalmente motiva um
dos discursos mais importantes do ano em Cuba. Sua última
aparição pública foi na celebração de 26 de julho de 2006.
O fracassado ataque ao quartel de Moncada é considerado o
começo da revolução que tirou
do poder o ditador Fulgencio
Batista, em 1959.
Com agências internacionais
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