São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 2011

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Noruega admite falha e vai rever sua política antiterror

Premiê diz que país 'será um antes e outro depois' de ataques que mataram 76

Polícia divulga que não usou helicóptero para ir à ilha onde 68 foram assassinados porque pilotos estavam de folga

Cathal McNaughton/Reuters
O príncipe norueguês Haakon visita mesquita em Oslo, ontem

LUISA BELCHIOR
ENVIADA ESPECIAL A OSLO

"Haverá uma Noruega antes e outra depois" do duplo atentado do último dia 22.
A afirmação feita ontem pelo premiê norueguês, Jens Stoltenberg, foi recebida como indício de que o país irá reestruturar seus sistemas de segurança, em decorrência dos ataques perpetrados por Anders Behring Breivik que mataram ao menos 76 pessoas, na última sexta-feira.
Breivik assume a autoria da explosão que matou oito em Oslo e dos disparos na ilha de Utoeya, que resultaram em 68 mortes --ainda há feridos e desaparecidos.
Contudo, o autor dos ataques não se diz culpado. Ele alega que agiu em defesa de seu país, contra as "ameaças" muçulmana e marxista.
Ontem, o advogado do criminoso disse que seu cliente tem "todos os indícios de insanidade mental". Se declarado insano, Breivik teria direito a privilégios como cela especial e pena reduzida.
O pai do réu disse em entrevista à TV norueguesa que "teria sido melhor que ele tivesse se matado", porque "nenhum ser humano normal faz o que ele fez".
O premiê norueguês foi evasivo sobre que mudanças devem ocorrer. "Muitas coisas mudarão, mas vamos continuar sendo uma sociedade aberta e não deixaremos o medo tomar conta", disse.
O ministro de Exteriores, Jonas Gahr Store, afirmou que o governo deve revisar sua política antiterrorista nas próximas semanas. Ele admitiu falha ao não prestar atenção às ameaças internas.
Ontem, a polícia informou que não usou helicópteros para chegar a Utoeya porque os pilotos estavam de folga no dia.
O chefe da polícia local de Oslo, Erik Andersen, disse à Folha que a aeronave só é usada em operações de trânsito. "A polícia aqui não usa helicópteros como vemos em filmes ou no Rio de Janeiro."
O ministro de Justiça, Knut Storbergetsaid, refutou as críticas internacionais. "A polícia está fazendo um trabalho fantástico. Não é justo que nos critiquem de fora".


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