São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 2011

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Governo britânico admite que Gaddafi permaneça na Líbia

Recuo segue atitude já adotada por França, Itália e EUA; Tribunal Penal Internacional descarta essa opção

Líder da oposição diz também considerar que ditador fique no país após deixar governo, mas sob condições

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Depois de o Reino Unido anunciar que já considera a permanência do ditador líbio, Muammar Gaddafi, no país quando deixar o poder, o Tribunal Penal Internacional (TPI) foi taxativo ao determinar que ele deverá sair.
O governo britânico tomou a decisão depois de França, Estados Unidos e Itália admitirem a possibilidade de o ditador ficar na Líbia. Antes, essas potências defendiam que ele deixasse o poder e o país imediatamente.
Para a corte internacional, a permanência de Gaddafi no país não pode ser uma condição para que ele saia do poder. "Ele tem de ser preso", disse Florence Olara, porta-voz do promotor-chefe do TPI, Luis Moreno-Ocampo. O tribunal quer, inclusive, que o próximo governo líbio se comprometa com a prisão do ditador.
Na última segunda-feira, depois de um encontro com o colega francês, Alain Juppé, o chanceler britânico, William Hague, disse que a decisão sobre o destino de Gaddafi após deixar o poder dever ser do povo líbio.
"Obviamente, [Gaddafi] deixar a Líbia seria a melhor maneira de mostrar ao povo que não precisa viver com medo. Mas os líbios precisam decidir seu próprio futuro", disse.
Em entrevista ao "Wall Street Journal", o líder da oposição na Líbia Mustafa Abdel Jalil também admitiu que Gaddafi e sua família poderiam ficar no país, sob algumas "condições". "Nós decidiremos onde ele vai ficar e quem o irá vigiar", disse.
Ontem, o primeiro-ministro líbio, Baghdadi al Mahmoudi, disse ao enviado da ONU ao país, Abdul Elah al Khatib, que os ataques aéreos ao país devem cessar para que haja qualquer negociação com seu governo.
"Essa agressão precisa parar imediatamente. Sem isso, não poderemos ter um diálogo, não poderemos resolver os problemas na Líbia", disse Al Mahmoudi.

APOIO CONTROVERSO
O ditador recebeu ontem o apoio de Abdel Basset al Meghrahi, único condenado pelo atentado de Lockerbie (Escócia), que deixou 270 mortos. De cadeira de rodas, al Meghrahi foi visto em um comício pró-Gaddafi em Trípoli.


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