|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Saddam pretende levar guerra para as ruas
MICHAEL R. GORDON
DO "THE NEW YORK TIMES"
O ditador do Iraque, Saddam Hussein, quer levar para as ruas das grandes cidades iraquianas um possível conflito contra os EUA, segundo autoridades do
Pentágono e analistas militares.
De acordo com essas fontes, o Iraque já está se preparando militarmente para um confronto contra os americanos.
O Exército do Iraque já está posicionando equipamentos militares ao redor de Bagdá. Unidades de defesa aérea também foram mobilizadas. Unidades do Exército foram espalhadas por várias partes do país para ficarem menos vulneráveis a ataques aéreos.
O presidente dos EUA, George W. Bush, já afirmou que o país está analisando a possibilidade de um ataque ao Iraque para derrubar Saddam.
Na Guerra do Golfo, em 1991, as
forças iraquianas que invadiram o
Kuait ficaram em posições no
meio do deserto e se tornaram alvos fáceis para os mais bem preparados americanos.
Agora, por meio da guerra urbana, o Iraque quer que os EUA
pensem duas vezes antes de atacar. "O Iraque não tem esperança
de vencer um conflito militar normal", afirma Kenneth Pollack, diretor de de estudos de segurança
nacional do Conselho de Relações
Exteriores e ex-analista militar sobre o Iraque da CIA (serviço de
inteligência dos EUA).
Autoridades militares americanas expressaram confiança de
que os EUA triunfarão na guerra,
mas divergem sobre a dificuldade
de uma campanha militar, especialmente se suas forças forem levadas a lutar nas cidades iraquianas. A avaliação deles depende
não apenas da qualidade das Forças Armadas iraquianas, como
também de quantas unidades do
Exército continuarão leais a Saddam.
Facilidade
"Minha avaliação é de que, se colocarmos muita pressão [sobre
os soldados iraquianos], eles não irão combater", disse o general
Barry McCaffrey, que comandou uma divisão do Exército dos EUA
na Guerra do Golfo. "Dizer que
eles transformarão algumas áreas
em Stalingrado é um absurdo."
Para McCaffrey, os iraquianos
não podem conter a força e a velocidade dos militares americanos.
"Uma guerra pode causar algumas milhares de vítimas americanas. Mas, honestamente, se formos decididos, levará 90 dias para
preparar nossas forças e 21 dias
para a campanha militar".
O general Joseph P. Hoar, que
dirigiu o Comando Central dos
EUA responsável pelas operações
militares no Oriente Médio, acha
que os americanos irão vencer,
"mas é preciso saber qual será o
risco".
Não há dúvida de que o poderio
militar iraquiano não é nem sombra do que era em 1990, quando o
país invadiu o Kuait. Com o embargo da ONU, os iraquianos não
puderam comprar novos armamentos. Já os EUA aumentaram
ainda mais a sua capacidade militar desde o conflito.
Texto Anterior: Guerra sem limites: Bush dispensa aval do Congresso a ataque Próximo Texto: Europa: Juiz espanhol bane o braço político do ETA Índice
|