São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Aviões da Otan bombardearam Sirte, cidade natal de Gaddafi DO ENVIADO A TRÍPOLI Depois que os rebeldes praticamente tomaram Trípoli, as atenções se voltaram para Sirte, cidade natal de Muammar Gaddafi. Aviões britânicos bombardearam ontem vários alvos na cidade, inclusive um grande bunker usado por forças leais ao ditador. A Otan (aliança militar atlântica) admitiu ter atingido 29 veículos armados perto da cidade. Na capital, corpos de pelo menos 80 pessoas foram encontrados em um hospital do bairro governista de Abu Salim. As mortes foram aparentemente causadas por falta de cuidados médicos. Uma equipe da Cruz Vermelha conseguiu retirar os últimos 17 pacientes vivos e transportá-los para outras clínicas da capital. Novos confrontos foram registrados no aeroporto, controlado por rebeldes. Três aviões foram incendiados. CONCILIAÇÃO NACIONAL O tema da pregação de sexta-feira, dia sagrado aos muçulmanos, na mesquita Moulay Mohamed, uma das principais de Trípoli, foi um chamado à conciliação nacional. Embora seja feroz opositor do regime, o xeque [líder religioso] Mohamed Bengheit disse que a parcela da população que apoia a queda do ditador não deve se vingar de seus simpatizantes caso os rebeldes se instalem no poder. "Nunca façam justiça com as próprias mãos. Sigam o exemplo do profeta Maomé e, independentemente do que vocês tiverem sofrido, sejam pacientes", pediu Bengheit. Teme-se um vácuo de poder no país propício a acertos de conta sangrentos numa sociedade tribal que cultiva o hábito do porte de armas. A oração teve conotação especial por ser feita no mês sagrado do Ramadã e no primeiro dia santo após a tomada da maior parte da capital. O xeque Bengheit pediu que médicos ajudassem a socorrer os feridos que lotam hospitais, e que a população limpasse as ruas da capital. Na saída, predominava euforia entre os fieis. "Meu pai morreu sem ver a chegada desse dia maravilhoso, a primeira sexta-feira sem Gaddafi", diz o empresário Bashir Ben Gara, 53. (SA) Texto Anterior: Diário de Trípoli: Mau cheiro reina, e pegar elevador se torna um teste Próximo Texto: Embaixador da Líbia no Brasil aceita rebeldes Índice | Comunicar Erros

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