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ORIENTE MÉDIO
Autoridades de Israel admitem responsabilidade extra-oficialmente; Damasco chama israelenses de terroristas
Atentado mata dirigente do Hamas na Síria
DA REDAÇÃO
Um alto dirigente do grupo terrorista Hamas foi morto em explosão de uma bomba em Damasco, na Síria, em ação atribuída
a Israel, segundo autoridades israelenses -não há confirmação
oficial do governo.
Izz Eldine Subhi Sheik Khalil foi
morto às 10h45 (4h45 em Brasília)
quando estava ligando o seu carro, segundo disseram autoridades
do Hamas.
Testemunhas, no entanto, afirmaram que Khalil, 42, passou pelos vizinhos, deu bom dia e entrou
no carro. Em seguida, tocou o seu
celular, o carro andou dez metros
e explodiu.
O assassinato de Khalil foi a primeira ação bem-sucedida de Israel contra um líder de um grupo
terrorista palestino na Síria. E foi a
segunda operação israelense no
território sírio em 30 anos -ano
passado um campo de treinamento supostamente usado pelo
grupo terrorista palestino Jihad
Islâmico foi bombardeado em
ataque que não deixou vítimas.
A ação israelense ocorre depois
de o governo do premiê Ariel Sharon advertir por semanas que as
autoridades do Hamas não estariam seguras na Síria após o duplo
atentado reivindicado pelo grupo
em Beer Sheva (Israel) no mês
passado matar 16 pessoas. Para os
israelenses, o ataque foi armado
pelos líderes do Hamas na Síria.
Yossi Melman, analista do diário israelense "Haaretz", disse que
o ataque de ontem é um novo estágio da guerra israelense ao terrorismo e visa advertir o regime
do ditador Bashar al Assad que a
Síria não goza mais de imunidade
e que é preciso expulsar as lideranças terroristas de Damasco.
A Síria, segundo relatos de jornalistas em Damasco, tem começado a agir contra os grupos palestinos, fechando alguns escritórios, devido a fortes pressões dos
EUA. Porém, israelenses acusam
os sírios de ainda permitir a ação
dessas organizações no território.
O governo sírio informou por
meio de comunicado que "o ato
terrorista representa um grave
episódio de responsabilidade de
Israel, que visa prejudicar a segurança e a estabilidade da região".
Comunicado postado pelo Hamas na internet dava indicações
de que o grupo poderia responder
ao ataque de ontem por meio de
ações contra alvos israelenses e
judaicos em outras partes do
mundo. Porém, mais tarde, porta-vozes do Hamas em Beirute e
Damasco disseram que, por enquanto, não haverá mudanças na
política do Hamas e os ataques
continuarão restritos a Israel, Cisjordânia e faixa de Gaza.
O Ministério do Interior da Síria
informou, por meio de comunicado publicado pela agência de
notícias oficial Sana, que Khalil
não estava envolvido em nenhuma atividade criminosa na Síria.
Khalil foi expulso da faixa de
Gaza por Israel em 1992 junto
com um grupo de palestinos. Eles
ficaram algumas semanas na
fronteira entre o Líbano e Israel
porque o governo libanês se recusava a aceitá-los como forma de
protestar contra a expulsão.
Atualmente, Khalil vinha sendo
a ligação entre as autoridades políticas do Hamas em Damasco e o
braço militar do grupo em Gaza.
Ele era considerado um alvo
mais fácil do que Khaled Meshaal,
principal líder do Hamas, e outras
figuras proeminentes do grupo na
Síria porque vivia fora do campo
de refugiados palestinos de Yarmouk, em Damasco.
Neste ano, Israel já matou o líder espiritual do Hamas, xeque
Ahmed Yassin, em março, e seu
sucessor, Abdel Aziz Rantisi, no
mês seguinte. Uma série de membros de escalão mais baixos também foram mortos em ataques seletivos de Israel.
Na sexta-feira, o jornal árabe
"Al Hayat", publicado em Londres, afirmou que um país árabe
-não foi divulgado o nome- teria concedido informações a Israel sobre a vida de lideranças do
Hamas em capitais de países do
Oriente Médio e do golfo Pérsico.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou o atentado.
Nabil Abu Rudeinah, assessor do
presidente palestino, Iasser Arafat, descreveu o assassinato de
Khalil como extremamente perigoso e pediu que a comunidade
internacional aja para bloquear
esse tipo de ação de Israel.
Com agências internacionais
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