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PERDÃO
"Fazemos isso sozinhos hoje, mas encorajamos outros países a nos seguir", afirma ministro britânico Gordon Brown
Reino Unido assumirá 10% da dívida de países pobres
DA REDAÇÃO
O Reino Unido se propôs a pagar 10% do total da dívida de países pobres com agências internacionais, em uma iniciativa para
tentar reduzir a dívida externa
desses países, afirmou ontem o
ministro das Finanças britânico,
Gordon Brown, que desafiou outros governos a fazer o mesmo.
"Pagaremos nossa parte das dívidas multilaterais de países de
baixa renda", afirmou Brown em
comunicado divulgado pelo Departamento de Desenvolvimento
Internacional britânico.
"Faremos pagamentos no lugar
deles para o Banco Mundial e o
Banco de Desenvolvimento Africano no montante que corresponde à parte dessa dívida que é
do Reino Unido", explicou.
"Fazemos isso sozinhos hoje,
mas encorajamos outros países a
nos seguir de modo que países
muito endividados sejam aliviados da sobrecarga do pagamento
de toda uma dívida multilateral
impagável", disse ainda.
O ministro iria divulgar detalhes do plano ainda ontem, em
evento em Brighton (sudeste),
onde o Partido Trabalhista, do
premiê Tony Blair, faz sua convenção anual.
Brown anunciaria que seu país
vai separar o equivalente a US$
180 milhões anuais para pagar
10% da dívida de 32 países a credores internacionais, disse o
"New York Times". A lista de beneficiados pode incluir Bolívia,
Etiópia e Moçambique. O Brasil
não faria parte.
Segundo o presidente do Banco
Mundial, James Wolfensohn, os
EUA também formularam um
plano de perdão da dívida de países pobres, ainda não divulgado.
A proposta de Brown chega dias
antes das reuniões anuais do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional), em Washington. Em dezembro, o mecanismo atual de perdão da dívida,
criado pelos dois organismos em
1996, deve ser renovado por mais
dois anos, trazendo o tema de volta à agenda internacional.
Países em desenvolvimento argumentam que freqüentemente
têm de escolher entre pagar a dívida e atender a necessidades mais
urgentes de suas populações ou
fazer gastos que poderiam fortalecer suas economias. O total da dívida dos países mais pobres está
estimado em US$ 200 bilhões.
"O que esperamos é que isso
provoque uma desobstrução. Se
outros seguirem esse exemplo,
haverá uma reviravolta nos esforços de pôr fim à carga da dívida
externa", disse Brendan Cox, da
organização humanitária Oxfam.
Romilly Greenhil, da ONG Action Aid, disse que a soma mencionada por Brown deve fazer
parte do orçamento anual britânico para o desenvolvimento, hoje
de US$ 7 bilhões. "Não é estritamente dinheiro novo, no sentido
de que já está incluído nesse orçamento", afirmou.
Com agências internacionais
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