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Para EUA, o plano atômico do Irã não é caso encerrado
Burns contesta presidente Ahmadinejad, que citou na terça acordo com a AIEA
EUA estão agastados com o diretor da agência nuclear
da ONU, por aceitar novas explicações do Irã durante a
vigência das sanções do CS
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos rejeitaram ontem a afirmação feita na
véspera pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad,
de que a controvérsia envolvendo seu programa nuclear já
seria "uma questão encerrada".
O subsecretário de Estado
para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, afirmou que "a questão não está encerrada", que o
dirigente do Irã "está completamente enganado" e que "a comunidade internacional não
deixará que ele se esqueça de
que seu país está agindo em
sentido oposto ao desejado pelo Conselho de Segurança".
Ahmadinejad referiu-se anteontem da tribuna da ONU ao
acordo fechado em agosto entre seu país e a AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica), pelo qual o regime islâmico se comprometeu a dar explicações sobre 17 anos de atividades nucleares sigilosas.
Disse que esse acordo põe
fim à pressão das "potências arrogantes" que impuseram a seu
país "sanções ilegais".
As duas resoluções com as
sanções permanecem de pé,
disse Burns.
O projeto de uma terceira resolução foi discutido ontem à
noite, em Nova York, e o será
ainda hoje, por diplomatas dos
cinco membros permanentes
do Conselho de Segurança
(EUA, França, Reino Unido,
Rússia e China), grupo ao qual
se agregou a Alemanha.
A etapa seguinte é a reunião
dos chefes das diplomacias desses países para discutir a redação do texto a ser votado. A
Rússia e a China, que têm poder
de veto, são grandes parceiras
comerciais do Irã.
Mohamed el Baradei
A divergência tem como pivô
o diretor-geral da AIEA, Mohamed el Baradei, que aceitou a
promessa de esclarecimento do
Irã, a ser feita até dezembro, e
já enviou àquele país um primeiro grupo de inspetores.
O Irã sempre argumentou
que seu programa nuclear era
essencialmente civil e destinado a produzir eletricidade. Mas
a própria AIEA constatou lacunas importantes nos informes
enviados no passado e protestou contra o fato de seus inspetores não terem acesso irrestrito às unidades de produção de
equipamento, de enriquecimento de urânio e reatores.
El Baradei não deu ontem
declarações. No site da AIEA
seu último pronunciamento
sobre o assunto data da quarta-feira da semana passada, em
que justifica o novo prazo dado
ao Irã.
Os Estados Unidos, e de modo menos barulhento a França
e a Alemanha, acusam El Baradei de ter extrapolado de suas
funções técnicas para tomar
iniciativas diplomáticas que
trombam com as resoluções do
Conselho de Segurança.
Com agências internacionais
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