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Barco com 33 tanques é preso por piratas
Cargueiro ucraniano navegava na costa da Somália, e blindados seriam entregues a militares do Quênia
DA REDAÇÃO
Três lanchas tripuladas por
piratas apropriaram-se na tarde de quinta-feira de um cargueiro ucraniano que navegava
no litoral da Somália, nordeste
da África. O barco transportava
33 tanques russos T-72 destinados ao Exército do Quênia.
Especialistas ouvidos pelo
"New York Times" disseram
que os piratas não têm condições técnicas para desembarcar os veículos blindados. Mas
para a agência russa Interfax os
criminosos poderão se apoderar das armas leves e munições.
O seqüestro do cargueiro
Faina -que navegava com a
bandeira de Belize, pequeno
país centro-americano- foi
anunciado ontem pelo IMB
(Birô Marítimo Internacional),
entidade ligada à Câmara Internacional do Comércio, com
sede em Londres, e que negocia
regras de segurança para os
cerca de 60 mil barcos da frota
mundial da marinha mercante.
Os Estados Unidos e a Rússia
anunciaram já ontem que deslocaram barcos armados para
tentar interceptar o Faina.
Os T-72 que o cargueiro
transportava são blindados
produzidos desde 1973. Eles
pesam de 41 a 44 toneladas, dependendo do modelo, têm 7
metros de comprimento e são
tripulados por três homens.
O carregamento deveria
atracar às 6h de segunda-feira
no porto queniano de Mombaça. Entre os tripulantes capturados há 17 ucranianos, três
russos e um lituano.
A Somália, um dos países
mais infestados pela pirataria,
entrou em colapso há 17 anos
-não funciona nenhuma de
suas instituições, como Marinha ou polícia. Tornou-se o paraíso para essa forma antiquíssima do crime organizado.
Segundo o IMB, o cargueiro
ucraniano se soma a 14 outras
embarcações e 300 tripulantes
detidos e que aguardam o pagamento do resgate.
49 apreensões em 2008
Em termos mundiais, este
ano foram capturados 49 barcos, contra 41 no mesmo período de 2007. Depois da Somália,
o maior ponto nevrálgico é o litoral da Nigéria, com dez casos.
Segundo um blog de marinheiros irlandeses, para liberar
um cargueiro alemão e libertar
seus tripulantes um armador
teria pago US$ 2,5 milhões.
Calcula-se que cerca de 1.000
pessoas, em sua maioria ex-pescadores, estejam envolvidas
nessa forma de crime na região,
aproveitando-se do fato de a
Somália não exercer nenhuma
forma de repressão.
A França apresentou ao Conselho de Segurança da ONU
projeto de resolução que criaria
um patrulhamento sistemático
no litoral somali. Aquele país
europeu teve apreendidas recentemente duas embarcações.
Ainda anteontem, a Justiça
francesa indiciou seis suspeitos
de pirataria, capturados por um
comando militar no último dia
15, durante operação que libertou tripulantes de um barco
mercante apreendido.
Com agências internacionais
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